Ontem, após uma sessão adicional de terapia, pedida por mim
e pela primeira vez para partilhar a gostosa sensação de vitórias e objetivos
alcançados, outras grandes sacadas ali foram paridas.
Sempre me vi (na verdade, reclamei) como um exemplo de livro
da porra do Édipo. Daquele viado que o barbudo do charuto resolveu trazer para
o conhecimento do mundo. Sempre me vi e sempre me revoltei por assim ver-me,
claro.
Mas hoje, aqui, é hora de comemorar as vitórias e objetivos
alcançados, como já disse.
"Enquanto" Édipo, saca só minhas opções: lutar
como um bravo guerreiro em defesa da mamãezinha e/ou combater meu papaizinho. Ou,
tomar o lugar do meu papaizinho, o que vem a ser a mesma coisa que lutar contra
ele. Portanto, duas opções onde algo falta. Onde só falta o essencial: levando
como tarefa de vida, tarefa de jornada, ser defensor de um ou substituir outro,
fica faltando...EU. Fico sem espaço. Minha vida será toda ela focada em outra
pessoa; ele ou ela, mas não EU.
Defendendo, ou até substituindo "ela", me
colocarei como representante fiel do time dos desesperançosos, pessimistas e
dos que são tragados e engolidos pelos seus sentimentos, intensos, mas fora de
controle, em desequilíbrio com a razão.
Substituindo-o, estarei no time dos que, por circunstãncias
da vida, incluindo aí a II Guerra Mundial, viu-se obrigado a tornar-se um ser
racional, deixando as emoções guardadinhas dentro do cofre.
Que duas opções furadas me aguardavam: ser alguém com as
emoções a mil, descontroladas e prontas p/ me engolir, ou um General Patton que
a todos vence, com sua frieza e suas bélicas estratégias!
Mas o Paulinho, queria uma mescla disso. Queria pegar o
melhor da "sensitiva" e o melhor do "Patton"! Só isso!
Queria acertar na dose, com a pitada certa de um e de outro. Queria ser levado
e não "levado"!
Tanto queria que fundiu "A Banda" com
"Disparada" (já - ou ainda - em 1966), cantarolando a música de um
com a letra da outra, ou vice-versa ou versa-vice! Quem me conhece sabe disso!
Eu mesmo sei disso (acontecido, repito, em 1966 - aos meus 14 anos),
desde...poucos meses atrás.
Foram só 50 aninhos p/ sacar isso. Só meio século.
Ainda a tempo!
Ainda há tempo!
Ainda há vida, para o Paulinho!
À vida então!
À vida então!
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