Vem
sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente
fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida
passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlaçemos
as mãos)
Depois
pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não
fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um
mar muito longe, para o pé do Fado.
Mais longe
que os deuses.
Desenlacemos
as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer
gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale
saber passar silenciosamente.
E sem
desassossegos grandes.
(Ricardo
Reis)
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Meu desejo: sossego! Só!
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