(Não são de Ypacaraí, mas são recuerdos)
Na verdade, são recordações que
agora me assaltam, mais uma vez, sobre algumas passagens minhas em meu tempo de
terapia com o Cyro
Tópico sobre ele, aqui:
As recordações envolvem o tema do
qto uma pessoa faz para não aceitar uma situação que fugiu da sua alçada deixar
acontecer ou não: o Cyro exemplificava com separações de casal. Exemplificava,
com quase 40 anos de janela em ouvir Zézinhos e Mariazinhas entrarem, em uma
fila sem fim, debulhando suas lágrimas sobre o término de sua relação com o/a
parceiro/a, quando a iniciativa não foi dela:
O primeiro reclamão dizia ter
sido trocado por uma outra mais jovem e era só por isso que ele esperneava
tanto e não aceitava a situação. Dizia, o reclamão, que duvidava
que a infiel a trocasse por alguém mais velho ou quiçá da mesma idade. Se a
outra fosse da mesma idade, até "daria p/ entender que algum motivo mais
forte houvesse. Mas trocou-o "só" pela juventude do outro Saía este
reclamão, entrava a reclamona dizendo ter sido trocada por alguém mais velha;
e aí dizia..."se tivesse me trocado por alguém mais jovem, com tudo em
cima, até poderia entender, mas trocar-me por alguém ainda mais velha que
eu? Aí de fato eu não entendo" (aspas minhas).
As desculpas se perpetuavam: se
a/o outra/o era mais rica, o discurso seria o mesmo: "queria ver é me
trocar por alguém sem um tostão. Claro que só quer o dinheiro dela/dele. Se
fosse mais pobre, o mesmo lenga-lenga, só que com os papéis invertidos:
"ele não enxerga que ela só está interessada no dinheiro dele? Se ao menos
ela fosse mais rica que ele...."
Assim, as reclamações não tinham
fim: a razão ou era o outro ser mais jovem, ou mais velho, mais rico, ou mais
pobre, mais culto, ou menos culto, mais bem posicionado socialmente ou um pária,
trocado por um outro do mesmo sexo, mais espanto ainda causaria. Se ao menos
ele/ela seguisse hetero; e blá-blá-blá.....
Elas eram mesmo infinitas e por 40
anos ele ouviu a mesma ladainha de trocentos e quinze Marias e Josés.
O cerne da questão, evidente, não
é por quem foi "trocado" (não gosto desta palavra mas, na falta de
uma outra melhor...): o problema era ter sido deixado/a; ou ver um sonho terminar, ou um castelo de areia desabar, sei lá...
Quero acreditar que quando A e B
resolveram tentar algo, foi para que durasse toda a eternidade. O tal do
"felizes para sempre". Acredito tb que qdo uma história de A e B
termina, ela não acabou "hoje": ela veio sofrendo um desgaste, ora
maior ora menor, mas veio, com o tempo, sendo carcomida e se desgastando, por zilhões
de motivos, seja nascidos em A seja nascidos em B. Não concordo nem com a frase
"o problema não é com vc, é comigo", nem com o inverso dela. A e B
tentaram. A e B tentaram dar, cada um, o seu melhor! Não vingou? As razões
estão, claro, em A e B e ponto final. Algo além disso é conversa mole prá boi
dormir.
Vou até lançar uma campanha aqui,
apesar que tenho certeza que, mais uma vez, estou chegando com séculos de
atraso:
"Aceito ser deixado, se vc
seguir sozinho e não ficar com ninguém"!
Digo que chego atrasado pois, com
certeza, esta cena tb já deve ter acontecido outras zilhoes de vezes e sempre
com a mesma não-aceitação!
"Se fosse p/ ficar com alguém, eu até
entenderia. Mas prá ficar sozinho...??"
O foda é esta merda de sensação
de propriedade, de ter-se tornado dono/a da outra pessoa e decidir que todo e
qquer passo que a/o outra/o queira dar, terá que ser com a sua anuência. Isso
me remete de imediato ao Freud: "vá, filho ingrato, e rejeite a única
pessoa que sempre te amou como nenhuma
outra irá te amar. Vá filho desnaturado"! Acho que ela só não diria "vá,
filho da puta", pois aí a situação viraria contra ela mesma (rs)! Mas que
tem vontade de dizer, isso tem. Nelson Rodrigues me apoiaria neste devaneio...
Já citei aqui o episódio Dener e
Maria Estela Splendore, em algum tópico que nem me lembro mais o nome, e já
disse tb, lá no tópico, que nunca fui Dener & Splendore, por mais que veja
um cadinho de lógica como ambos deram fim ao seu casório. Mas sou só Paulo e
como Paulo reajo. Nada mais natural!
Já fui deixado, sem desejar sê-lo?
Sim, já. Algumas poucas vezes, mas já! Doeu p/ caralho, evidente. Virei trapo,
frangalho e a bosta do cavalo, mas em
nenhum momento virei minha artilharia de raiva, ódio e contra-ofensiva, contra
o mancebo escolhido para ocupar o meu lugar! Fui trocado pq, naquele momento,
não fazia mais sentido, para ela, seguir tendo-me ao seu lado. Eu era, na vida
dela, ou algo como um peso morto ou um estorvo, prá dizer o mínimo. Mas não saí
por aí buscando e pesquisando 1000 "defeitos" no dito cujo. Fui
trocado pq os sentimentos dela, por mim, suficientes para manter-se ao meu
lado, minguaram; ponto!
Sei lá: vejo um sorriso nascendo
aqui em minha face, como se dissesse algo do gênero..."se sou tão merda p/
ter te trocado por esta lata-velha imprestável, agradeça aos céus e aos Deuses
por ter se livrado de mim! Se sou ridículo a este ponto, comemore por ter
tirado a sorte grande! Safou-se de um bosta!!! Tenha fé: o Príncipe Encantado
está logo ali, ao virar a primeira esquina"!!!
Sei lá se é isso! Sei lá não sei!
Mas, sejamos honestos: se juntar tudo o que disse aqui....não dá porra
nenhuma!! Já dizia o Eduardo Gianetti em seu livro "Auto-Engano":
todos os seres vivos, TODOS (!!!), fazem tudo o que fazem só por duas razões. Só dua razõess e nenhuma mais: Sobreviver e
procriar! O resto é só o recheio do bolo.
Tema tratado aqui:
Como não trepei com ninguém
enquanto escrevia estas "mal-traçadas linhas", acho mesmo que as
escrevi para sobreviver por mais estes
15 ou 20 minutinhos que me "custou" escrevê-las! Ou "fi-lo
porque qui-lo" para ser mais curto e grosso!
E chega de blog por hoje! Volto
pro recheio do bolo!
Qqquer hora pinto por aqui de
novo, junto com o Bonner, em alguma edição extraordinária!
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