Certa ocasião, no
Programa do Jô, o escritor Mário Prata contou uma história muito interessante,
que pego aqui como mote para mais um devaneio. Dizia ele que, não muito tempo
atrás, um texto dele havia caído no vestibular da Cesgranrio (se não estou enganado)
e que, em cima do texto, os coitados dos vestibulandos deveriam responder umas
10 perguntas do tipo
No parágrafo x, o autor
quis dizer que...... E lá vinham as alternativas
Com a expressão Y, quis
o autor dizer que......
Ao dizer
“ffdffdfdfgfgdf”, o autor queria falar....
Pois bem; ele Mário
Prata, autor do texto, dignou-se a responder as 10 questões e, para seu grande
espanto, descobriu que havia acertado somente 4 das 10 questões. Ou seja, levaria bomba no vestibular se
o mesmo dependesse só das questões sobre o seu próprio texto.
É fantástico isso, não
acham? Como explicar o fracasso do Mário Prata? Aqui entra meu devaneio.
Siga-o, quem quiser!
É comum, quando nos
deparamos com algum estrangeiro, um perguntar para o outro se ele fala a nossa(minha)
língua. Claro que ninguém fala a MINHA língua. Ninguém. Nem meu vizinho, filho,
namorada, amiga ou amigo, chefe, subordinado, gerente do banco ou quem quer que
seja. Somente eu falo a minha língua. Ninguém mais. Assim como todos os citados
aqui, falam cada um a sua própria língua. No máximo, falamos todos (os citados)
o mesmo idioma. A mesma língua, jamais. Sem chance.
A pessoinha que fez o
gabarito sobre o texto do Mário Prata, leu no texto uma coisa, quando na
verdade o autor queria dizer outra. A pessoinha teve a petulância de achar, sem
qquer dúvida, que havia entendido TUDO que o MP quis dizer e passar em seu
texto. E, ainda pior, fez daquilo que subtraiu do texto, sua verdade
incontestável. Ai daquele que ler o MP com outros olhos. Pau nele! Não passará
no vestibular e ponto final! Quem mandou vc ser “burro”?
Por isso contrario o
mano Cae: por isso digo que minha língua é minha pátria e não o inverso! Por
isso homenageio a Portela!
Da mesma forma que digo
em meu primeiro texto aqui postado, que só Maquiavel foi maquiavélico, somente
eu, e mais ninguém, fala a minha língua. Nem poderia ser diferente! Se eu e vc,
caro leitor que até aqui chegou, falamos o mesmo idioma, ok! Há uma chance de
que eu consiga passar alguma coisa daquilo que quero passar. No máximo. Nunca,
em momento algum, conseguirei passar tudo que desejo ou quero passar ou falar.
Impossível. Básico.
Quantos que por aqui
passaram perceberam que meu blog chama-se ENTRE NÓS?? Quantos? Com certeza, não
todos! Pq postei o entre nós como postei? Pq assim quis, oras. Pq adoro
brincar, jogar com as palavras e as letrinhas. Pq amo de paixão o subtendido, o
não dito, as entrelinhas, os “rodapés de livro” as aspas, ou as “aspas”, as
exclamações, interrogações etc e tal. Adoro a minha língua. Ela é a minha
pátria. É nela que vivo. É ela que habito.
Viajei demais? Vc acha?
Que bom: adoro viajar. Pelo menos nas letrinhas!
Sexo dos anjos? Conversa
mole prá boi dormir? Perda de tempo? (ou perca, como dizem alguns?).
Masturbação mental? Falta de ter o que fazer? Maluquice? Loucura?
Estas podem ser algumas
das alternativas do SEU gabarito mas, na minha pátria mando eu, e sou eu que
digo qual é o MEU gabarito. O seu, serve prá vc. Óbvio ululante, como diria meu
ídolo NR!
O que eu quis dizer com
tudo isso? O QUE EU QUIS DIZER COM TUDO ISSO!!
Volto outra hora!
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