9 de abr. de 2014

Outono



Época de reciclagem, dizem. Coincidentemente ou não, tenho sonhado muito estes últimos tempos. Mas daqueles sonhos que temos enquanto estamos entregues à Morfeu. Sonhos variados e assuntos/temas idem. O que tem a ver uma coisa com outra? Bem, se os sonhos são diálogos que o nosso inconsciente tenta travar conosco, muita coisa tenho "ouvido" dele: algumas positivas e otimistas e outras nem tanto. 

O "engraçado" é que, otimista ou pessimista, não venho acordando bem depois de tê-los sonhado: se eram otimistas, chateio-me em acordar para que tudo aquilo foi só um sonho. Quando são pessimistas, chateio-me pelo pessimismo em si e pelo fato de tê-lo "vivenciado", enquanto estive com Morfeu.

Pior que isso, é que meus sonhos andam ocorrendo só nestes momentos. Acordado, consciente, de olhos abertos, não venho conseguindo, digamos, criá-los. No máximo, planos. Novos ou velhos, grandiloquentes ou simplórios...somente planos. Planos que nascem como uma bolinha de sabão, voam por alguns poucos metros e...desaparecem. Meus planos não se enraizam, não se fixam e não seguem adiante. Parece que este outono tem sido (e continuará  sendo?) um momento de reciclagem geral; quiçá preparando o "terreno" para a chegada do inverno e depois aí então florescer, junto com a primavera! Planos passageiros e frágeis; planos onde me falta, acho eu, maior convicção de minha parte para que virem fatos reais!

Enfim, um momento/uma fase onde o tempo pede-me paciência. Logo eu, sexy...xagenário, lendo sobre a "fugida" recente do José Wilker e depois de devorar dois livros sobre filosofia onde os "sábios" nos ensinam (?) que a esperança deve ser extirpada, sem dó nem piedade do nosso pensar, preciso postar-me pacientemente no aguardo de uma nova e melhor "estação".

No último livro devorado, por duas ou três vezes o autor cita uma frase que ficou em minha mente: "a insistência do existir"!! Ao mesmo tempo ouço, aqui ou ali, que sou alguém que não teria nenhum motivo para reclamar da vida. Viciei-me em reclamar, quem sabe!?

Insistir em existir, deve ser por um propósito, por uma meta, por um desejo; ou seja, por um sonho! Sonho acordado, real, mesmo que sonho. Sonho que faça eu neste momento virar para a direita, depois de duas quadras para a esquerda e assim ir fazendo um caminho...DESEJADO!

Existir só para desafiar a morte é inútil, além de burra! Existir só para esperar, idem. Mas os nossos passos, apesar de estar cansado de ler/ouvir sobre o nosso lvre-arbítrio, acho que tb é "dependente" de algo mais, que não sei definir, dar nome, apontar ou decifrar.

Neste momento de reciclagem, sobram-me quase que exclusivamente as obrigações; aquelas mundanas obrigações que todos temos no nosso dia a dia. Ainda bem que ainda as tenho, diria eu.
Estou meio que sem bússula: impossível apontar para norte, sul, leste ou oeste ou, ainda pior, querer "culpar" A, B ou C por assim estar. O outono é meu; este "outono" é meu!


Por ora...insistir!


Como deveria ter dito René Descartes..."Penso, logo insisto"!

* Acho que deveria entrar para o Facebook: lá todos são felizes e de bem com a vida (rs)




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