31 de jan. de 2014

Recuerdos


 (Não são de Ypacaraí, mas são recuerdos)


Na verdade, são recordações que agora me assaltam, mais uma vez, sobre algumas passagens minhas em meu tempo de terapia com o Cyro

Tópico sobre ele, aqui:


As recordações envolvem o tema do qto uma pessoa faz para não aceitar uma situação que fugiu da sua alçada deixar acontecer ou não: o Cyro exemplificava com separações de casal. Exemplificava, com quase 40 anos de janela em ouvir Zézinhos e Mariazinhas entrarem, em uma fila sem fim, debulhando suas lágrimas sobre o término de sua relação com o/a parceiro/a, quando a iniciativa não foi dela:

O primeiro reclamão dizia ter sido trocado por uma outra mais jovem e era só por isso que ele esperneava tanto e não aceitava a situação.  Dizia, o reclamão, que duvidava que a infiel a trocasse por alguém mais velho ou quiçá da mesma idade. Se a outra fosse da mesma idade, até "daria p/ entender que algum motivo mais forte houvesse. Mas trocou-o "só" pela juventude do outro Saía este reclamão, entrava a reclamona dizendo ter sido trocada por alguém mais velha; e aí dizia..."se tivesse me trocado por alguém mais jovem, com tudo em cima, até poderia entender, mas trocar-me por alguém ainda mais velha que eu? Aí de fato eu não entendo" (aspas minhas).

As desculpas se perpetuavam: se a/o outra/o era mais rica, o discurso seria o mesmo: "queria ver é me trocar por alguém sem um tostão. Claro que só quer o dinheiro dela/dele. Se fosse mais pobre, o mesmo lenga-lenga, só que com os papéis invertidos: "ele não enxerga que ela só está interessada no dinheiro dele? Se ao menos ela fosse mais rica que ele...."

Assim, as reclamações não tinham fim: a razão ou era o outro ser mais jovem, ou mais velho, mais rico, ou mais pobre, mais culto, ou menos culto, mais bem posicionado socialmente ou um pária, trocado por um outro do mesmo sexo, mais espanto ainda causaria. Se ao menos ele/ela seguisse hetero; e blá-blá-blá..... 

Elas eram mesmo infinitas e por 40 anos ele ouviu a mesma ladainha de trocentos e quinze Marias e Josés.

O cerne da questão, evidente, não é por quem foi "trocado" (não gosto desta palavra mas, na falta de uma outra melhor...): o problema era ter sido deixado/a; ou ver um sonho terminar, ou um castelo de areia desabar, sei lá...

Quero acreditar que quando A e B resolveram tentar algo, foi para que durasse toda a eternidade. O tal do "felizes para sempre". Acredito tb que qdo uma história de A e B termina, ela não acabou "hoje": ela veio sofrendo um desgaste, ora maior ora menor, mas veio, com o tempo, sendo carcomida e se desgastando, por zilhões de motivos, seja nascidos em A seja nascidos em B. Não concordo nem com a frase "o problema não é com vc, é comigo", nem com o inverso dela. A e B tentaram. A e B tentaram dar, cada um, o seu melhor! Não vingou? As razões estão, claro, em A e B e ponto final. Algo além disso é conversa mole prá boi dormir.

Vou até lançar uma campanha aqui, apesar que tenho certeza que, mais uma vez, estou chegando com séculos de atraso:

"Aceito ser deixado, se vc seguir sozinho e não ficar com ninguém"!

Digo que chego atrasado pois, com certeza, esta cena tb já deve ter acontecido outras zilhoes de vezes e sempre com a mesma não-aceitação!

"Se fosse p/ ficar com alguém, eu até entenderia. Mas prá ficar sozinho...??"

O foda é esta merda de sensação de propriedade, de ter-se tornado dono/a da outra pessoa e decidir que todo e qquer passo que a/o outra/o queira dar, terá que ser com a sua anuência. Isso me remete de imediato ao Freud: "vá, filho ingrato, e rejeite a única pessoa que  sempre te amou como nenhuma outra irá te amar. Vá filho desnaturado"! Acho que ela só não diria "vá, filho da puta", pois aí a situação viraria contra ela mesma (rs)! Mas que tem vontade de dizer, isso tem. Nelson Rodrigues me apoiaria neste devaneio...

Já citei aqui o episódio Dener e Maria Estela Splendore, em algum tópico que nem me lembro mais o nome, e já disse tb, lá no tópico, que nunca fui Dener & Splendore, por mais que veja um cadinho de lógica como ambos deram fim ao seu casório. Mas sou só Paulo e como Paulo reajo. Nada mais natural!

Já fui deixado, sem desejar sê-lo? Sim, já. Algumas poucas vezes, mas já! Doeu p/ caralho, evidente. Virei trapo, frangalho e  a bosta do cavalo, mas em nenhum momento virei minha artilharia de raiva, ódio e contra-ofensiva, contra o mancebo escolhido para ocupar o meu lugar! Fui trocado pq, naquele momento, não fazia mais sentido, para ela, seguir tendo-me ao seu lado. Eu era, na vida dela, ou algo como um peso morto ou um estorvo, prá dizer o mínimo. Mas não saí por aí buscando e pesquisando 1000 "defeitos" no dito cujo. Fui trocado pq os sentimentos dela, por mim, suficientes para manter-se ao meu lado, minguaram; ponto!

Sei lá: vejo um sorriso nascendo aqui em minha face, como se dissesse algo do gênero..."se sou tão merda p/ ter te trocado por esta lata-velha imprestável, agradeça aos céus e aos Deuses por ter se livrado de mim! Se sou ridículo a este ponto, comemore por ter tirado a sorte grande! Safou-se de um bosta!!! Tenha fé: o Príncipe Encantado está logo ali, ao virar a primeira esquina"!!!

Sei lá se é isso! Sei lá não sei! Mas, sejamos honestos: se juntar tudo o que disse aqui....não dá porra nenhuma!! Já dizia o Eduardo Gianetti em seu livro "Auto-Engano": todos os seres vivos, TODOS (!!!), fazem tudo o que fazem só por duas razões.  Só dua razõess e nenhuma mais: Sobreviver e procriar! O resto é só o recheio do bolo.

Tema tratado aqui:

Como não trepei com ninguém enquanto escrevia estas "mal-traçadas linhas", acho mesmo que as escrevi para sobreviver  por mais estes 15 ou 20 minutinhos que me "custou" escrevê-las! Ou "fi-lo porque qui-lo" para ser mais curto e grosso!

E chega de blog por hoje! Volto pro recheio do bolo!


Qqquer hora pinto por aqui de novo, junto com o Bonner, em alguma edição extraordinária!





O dinheiro compra tudo?




  Voltei, como sempre, a matutar e dar trabalho para os meus cansadinhos Tico & Teco, reanalisando uma das primorosas e geniais, apesar de PESADA, frase do meu guru Nelson Rodrigues

  • Quem quiser saber um pouco mais sobre quem são meus gurus e o que penso sobre cada um deles, clique aqui:

Pois dizia o meu guru: “O dinheiro compra tudo. Até amor verdadeiro”!

Todas as vezes que leio ou releio esta frase, sinto uma paulada direto na minha cabeça; acho que é p/ acordar o Tico & Teco

Enquanto a “unanimidade”, da qual meu guru tinha ojeriza, diz que “o dinheiro não traz felicidade”, vem o Nelsão e solta esta pérola. Compra sim! Compra até amor verdadeiro, cacete!

E aí, fico eu aqui matutando: ele exagerou, como de costume? Exagerou ou disse uma verdade que todos cismam em esconder e negar? Somos todos compráveis? Vendáveis? Negociáveis ao menos?

Não sei, não sei, não sei....

Sei, ou acho que sei, que quando dois se juntam, sempre existem interesses; alguns claros e cristalinos, e não só por isso louváveis, e outros camuflados e escondidos aí sim, sempre, como algo tremendamente louvável! É uma questão de saber definir para si mesmo o que é o amor – este tal de amor, tão cantado em prosa e verso – e até onde vc vai, até onde vc se permite ir, para tê-lo! Meu guru, como bom filho da puta que sempre foi, não colocou aspas (que eu saiba) na expressão amor verdadeiro; pressuponho que ele dizia sobre o  amor verdadeiro, de verdade; de fato. Se ele foi, digamos, “comprado”, deixou de ser verdadeiro? Vc caiu em uma grande arapuca? Foi ludibriado?

Não sei, não sei, não sei...

Sei que o dinheiro compra uma Montblanc made in Xing-ling por uns R$10,00 e tb compra uma legítima por uns, sei lá, R$10.000,00. Ambas compráveis/compradas. Uma verdadeira e outra fajuta!

Mas estamos falando de amor, Paulo, e não de canetas! Acorda, caralho!!

Ah, tá! Tem algo do (lírico) Drummond onde ele diz algo que, a priori, desbancaria o meu guru. Diz o Drummond que

...Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira....

...Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo...



Mas, mais uma vez tendo, tendencioso que sou, a baldear-me para o lado do meu guru. Sabemos que nosso gde e genial Drummond, manteve por anos e anos a fio, uma amante, escondida a 7 chaves da sua fiel escudeira, companheira e esposa. Ele, afinal, “comprou” a esposa ou a amante? Quem era ali a comprada e quem era ali a verdadeira??? Provavelmente não tenha “comprado” a esposa mas....amou-a? Afinal, ele amou a esposa e comprou uma amante ou vice-versa? De que porra de amor afinal, com o perdão do trocadilho, "proseava" nosso poeta? O que ele tinha (?) pela esposa ou o que ele tinha(?) pela amante? Ou será que "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa??!!" Coisa de poeta, sei lá...

Não sei, não sei. Não sei... 

Mas sei que a amante, ao que parece, foi, de fato, o grande (único?) amor da vida do cidadão Carlos Drummond.

Então, o amor verdadeiro, qdo comprado, passa a ser falso?  Então, o Tico & Teco começam a brigar: se o verdadeiro...vendeu-se, ele então não era verdadeiro, ora bolas!

Este meu guru só enche o meu saco mesmo: sol escaldante lá fora e eu querendo descobrir o sexo dos anjos!

Mas tb guardo mto bem guardado na minha memória, a “sábia descoberta” que fiz anos atrás, em terapia, que a Madre Tereza de Calcutá era tão egoísta qto o Juiz Lalau (que era o larápio da vez e das manchetes dos telejornais): ambos agem egoisticamente atrás do seu bem-estar maior. A única (e gritante) diferença, é que os caminhos buscados pelo Lalau merece cana/xadrez/xilindró, enquanto os caminhos da Madre Tereza merece o Nobel da Paz. Fora isso, são dois seres humanos querendo fazer “coisas” para se sentir bem! Egoístas ou "egoístas". É uma questão de aspas!

Tenho certeza que os caminhos que sempre escolhi, gde parte terminado em fracassos, nunca foram merecedores de nenhum Nobel mas tb nunca fiz nada para que fosse posto na Papuda. Nem PeTista eu sou (rs).

Só quero ser coerente com os caminhos que trilho para buscar aquilo que quero; ou acho que quero. Ou sinto que quero. Ou penso que quero. Ou que quero! Foda-se!

Para tudo há um preço a se pagar. Diria até que “para se ter um amor verdadeiro pelo qual não se necessite pagar...”há um preço a se pagar” (rs)

Não sei, não sei, não sei....



Mas gurus e poetas servem mesmo prá isso: inquietar nossos Ticos & Tecos, antes que eles adormeçam, como bebezinhos,  nos braços do tal de Alzheimer!




Solidão II

Mais uma vez deixo aqui uma crônica de um dos meus autores/cronistas preferidos: Paulo Mendes Campos. Mais uma vez também, com certeza, existirão aqueles que concordarão e aqueles que não. Aos olhos de Freud e afins ou aos olhos de filósofos e afins, a aceitação pode ser maior, menor ou nula. Mas a verdade é uma só: a vida que vivemos é a vida que melhor conseguimos viver. Se temos como "fraqueza" esta ou aquela particularidade, devemos seguir, tb da melhor maneira, vivendo as nossas vidas com o melhor que conseguirmos.

O resto...é análise para o divã!

* Deparei-me que é o segundo post que coloco aqui com o tema solidão. Freud explica (rs)

O outro, para os interessados, é este aqui: 

http://simbolofalicoeocacete.blogspot.com.br/2013/11/solidao.html




Casado e pai. Mas estava só na sua noite de livros e nicotina. Nem a viuvez antecipada que põe certo desamparo nos homens solteiros, nem a inquietude contrafeita dos viúvos: uma solidão muda, que, embora a prazo fixo, sabe a infinda, como as desolações da alma nas travessias aéreas. Por um momento, a família se desprendera de sua autoridade de chefe; como se desprendera da aleivosia pecuniária dos fornecedores, das hesitações na escolha do jantar, das faxinas furiosas das quartas-feiras, dos horários, das aulas de professores descontentes. A família descansava na montanha.

Um pai de família só em seu apartamento se parece mais a um menino filho de família, só, no apartamento de um amigo. Sem a mulher e as crianças, tudo aquilo que é seu não tem muita importância nem serventia. Restam-lhe os dois recursos: o do telefone (um alívio comprovar que os programas lá de fora não valem a pena) e o da geladeira, com seu tédio glacial, onde uma perna de frango, um pudim de creme, uma talha de abacaxi, uma folha verdíssima de alface, podem, de quando em quando, mitigar-lhe a solidão, torná-lo de novo, nesse gesto estampado, um pai de família igual aos outros. Mas dessa vez bebeu, sem sede, meia xícara de água gelada, acidulando-a com umas gotas de limão, para contornar qualquer excesso de simplicidade, e fechou a porta de propósito com estrondo, antes de voltar à leitura.

Mas o tema da solidão continuava. O melhor para todo mundo, disse para si mesmo na apressada pausa de um parágrafo, é não se ter casado; uma vez casado, o melhor é não se descasar nunca mais. Essa idéia, torta e impublicável, não chegou a fatigá-lo. O mar fez silêncio enquanto um avião cruzou o bairro. A porta do elevador devolveu mais alguém ao convívio, amável ou monótono, de seus familiares.

            O homem fechou o livro e foi abrindo aos poucos, como um leque, outros pensamentos juvenis. Por exemplo, há uma relação civil que é dura e desconcertante mas perfeitamente inútil: a cautelosa relação existente entre dois desquitados que acaso ainda se amassem. Impossível que certos desquitados não continuem se gostando, num segredo cruel, e se desejem com todas as humilhações do remorso. Haverá os que se amam sempre, antes, durante e depois das afrontosas formalidades legais do desquite; há os que penam de saudade umas poucas vezes ou uma só vez presas de repente de um fogo que não consome, dor de amor no significado popular e pungente das canções radiofônicas.

            O tempo é mais ostensivamente irreversível para eles, os desquitados. As sanções ditadas pelo sentimento de dignidade ou de ridículo tornam dramáticas essas vítimas de separações que se filtram nas figuras dos códigos, e conheceram as delongas vexatórias das salas de espera, os corredores mesquinhos dos cartórios, a bronquite dos juízes, o pigarro indiscreto dos oficiais de justiça. Mais que a letra da lei, é essa aparelhagem que os separa e os faz irremediáveis. Ou quase.

            Assim, o homem só não lia mais, e espaceava nas adivinhações da solidão alheia, querendo entende os que se vão deitar (tantas vezes já em nova companhia, de súbito tão estranha e sem sentido) atacados de aguda compaixão e ternura por antigo companheiro ou companheira. Nem todos, talvez muito poucos, mas sempre existem casais desquitados que se amam e se vão amar ainda, timidamente, rudemente, isoladamente, cada um na sua redoma de reserva, ambos a sofrer a certeza de que cometeram um intolerável engano.

            Por vezes, em noites vagarosas como esta, na hora talvez do grande rush, na execução automática do gesto de ir para a cidade ou voltar a casa, os desquitados ficam patéticos, e odeiam a vida, e sentem a tentação amedrontada de parar. Ou de voltar. Mas se tece claramente contra eles uma trama pública; a sociedade que os cerca se compraz em oprimí-los com uma vigilância que, de um momento para outro, pode transformar-se numa ironia irreparável. Não voltará, não terá bastante valor para voltar, impossível. Ou quase.
            Ninguém ama porque a lei o obrigue a isso, mas por força de um desvario, suave como uma boa morte. Também não se pára de amar pela força de uma disposição judicial que afasta o hábito de um corpo do hábito de outro corpo, o aprendizado de uma alma do aprendizado de outra alma. Duas criaturas, a despeito de tudo, tão humanas e já poderiam ser agora bem mais pacientes.

            Mas chegava de pensar em desquitados, sonâmbulos judiciais, bilaquianos pássaros cativos. Apenas, para terminar seu pensamento, lembrou-se de que uma vez, numa roda viril, um homem dissera com ênfase cômica e inesperada: “Estou convencido de que a gente se casa só para fugir à solidão.” Um jovem senhor desquitado, presente a essa conversa boba, sorriu com experiência e sarcasmo, e enganchou nas consciências a interrogação final: “E você acha isso pouco"?



(Paulo Mendes Campos)


29 de jan. de 2014

Geraldinos e Arquibaldos


                                             (Gonzaguinha)


Fiquei aqui pensando em colocar uma "trilha sonora" para o meu post anterior (Mudança -http://simbolofalicoeocacete.blogspot.com.br/2014/01/mudanca.html )  e acabei optando por (mais) esta obra-prima do saudoso Gonzaguinha, ao lembra-me, qdo digo no texto que, NÃO SE ENGANEM, mesmo que vc consiga alcançar suas mudanças pretendidas, o mundo lá fora seguirá cheio de "não pode", "não deve", "não faça", "não ande", "não siga"......."não se atreva"!

Ache a(s) sua(s) brecha(s)!!

Atreva-se!!!
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Mamãe não quer, não faça
Papai diz não, não fale
Vovó ralhou, se cale
Vovô gritou, não ande

Placas de rua, não corra
Placas no verde, não pise
No luminoso, não fume
Olha o hospital, silêncio

Sinal vermelho, não siga
Setas de mão, não vire
Vá sempre em frente, nem pense
É contramão

Olha cama de gato
Olha a garra dele
Cama de gato
Melhor se cuidar

No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar

Acalma a bola, rola a bola
Trata a bola, limpa a bola
Que é preciso faturar

E esse jogo tá um osso
É um angu que tem caroço
É preciso desembolar

E se por baixo não tá dando
É melhor tentar por cima
Ui, com a cabeça dá

Você me diz que esse goleiro
É titular da seleção
Só vou saber, mas é quando eu chutar

Matilda, matilda
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar


EVERYBODY!!!

Mudança



Pois é, gente: fiquei uma semana sem vir aqui postar algo ou algo que não fosse “só” música. A culpada direta do meu sumiço é essa tal de mudança, tão dita, falada, cantada em prosa e verso, mas de ocorrência real tão ocasional. Um tantinho de culpa tb por parte da SEDUC, claro, pois em janeiro, ano após ano, ela resolve “ditar as regras" lá pelo setor onde  trabalho dizendo como devemos proceder e agir, do modo e no tempo que ela SEDUC necessita, passando por cima de qquer cronograma e/ou outras funções que o meu setor tb tenha que fazer frente, como perícias e outros babados. Qdo a SEDUC quer, ela (pensa que) manda; e é, todas as vezes e todos os anos..."para ontem"! A SEDUC se vê algo assim como "a Secretaria das Secretarias". Mas, a penitência da SEDUC já virou regra e, além do mais, é difícil contrapor-se contra as ordens, os mandos (e desmandos) da rainha, outrora angelical e hoje Regente! Só falta agora dia 22 de fevereiro tornar-se feriado Municipal...obrigatório (rs)!
Porém o assunto aqui é outro; nada de ficar parado no chororô pois,  “quem conta um conto aumenta um Couto”!

Falemos pois de mudanças!

Lembro-me dos dias passados em uma Clínica de Repouso, onde o “dotô” Psiquiatra que cuidava dos doidinhos de lá dizia enfaticamente o qto é difícil, beirando o impossível, alguém mudar de fato, em sua essência. Tb nada direi, já dizendo, de pessoas que mudam não pela essência, mas pela e$$ência e pelo poder; mas este tb é um outro con(u)to. Mudar em sua essência maior. Mudar naquilo que vc traz hoje com vc, fruto dos seus tantos aninhos de vida já vividos e que seguem deixando-a(o) infeliz, amargurado, triste ou com um saborzinho amargo na boca. Mudar em busca do seu bem-estar maior,  pleno, total e absoluto.

As forças para que vc siga estagnado onde está são tantas, que só mesmo com MUITO esforço conseguiremos mudar. É aquele manjado chavão qdo atrelamos as nossas mudanças com o exemplo de cuidar de uma plantinha: regá-la e podá-la todo dia. Cuidar do qto de sol e água ela deve receber durante o dia. Protegê-la do vento, etc e tal.... Tudo isso é bater em uma mesma tecla, é dizer o infinitamente já dito...mas é mesmo o único caminho para que vc, quem sabe um dia, alcance a mudança que tanto quer.

Coloquei-me disposto a, em 2014, mudar dentro deste radicalismo dito, tocando a minha vida com os cuidados que uma plantinha recém-plantada merece ter. Com os cuidados que a MINHA mudança merece ter. Mudar para aquilo que de fato quero.

Sigo firme e vigilante, sabendo tb que “forças opostas” seguirão, vez ou outra, atravessando o meu caminho pois como tb descobri neste período final de 2013/começo de 2014...por mais que vc mude, não se engane, o mundo lá de fora seguirá sendo absolutamente o mesmo. Não queira que ele acorde no mesmo pique ou com o mesmo empenho seu. Cuide da SUA mudança, da SUA planta, do seu “mundinho”!


Sem querer alongar-me demais, deixo, completando este meu novo post aqui, o texto de um autor chamado Zinker e.....uma mera foto do meu vaso recém-plantado de 11 horas, com meros sete dias de vida. Com não mais que  R$ 12,00 gastos em uma cx de 15 mudinhas e mais os cuidados necessário, ela assim está depois de uma semana de (nova) vida! Tenho me esforçado em fazê-lo florescer cada vez mais. Quero seguir florescendo, com ele!



* "Sujei as mãos" para plantá-lo... e optei tb em deixar um "resto" de bromélia que lá já existia. Que cada um entenda este simbolismo a seu modo!





Zinker  -  On Public Knowledge and Personal Revelation


Se um homem na rua fosse buscar o seu ego, que tipo de pensamentos inspiradores ele descobriria, quanto à modificação de sua existência? Talvez ele descobrisse que seu cérebro ainda não morreu, que seu corpo ainda não secou, e que, esteja onde estiver no momento, ainda é o criador do seu próprio destino. Ele pode modificar este destino levando a sério a sua resolução de mudar,  lutando contra suas resistências mesquinhas, contra a mudança e o medo, aprendendo mais a respeito de sua mente, experimentando um comportamento que preencha suas necessidades reais, executando atos reais, em vez de conceituá-los, praticando a visão, audição, tato e sentimento como nunca usou esses sentidos, criando algo com as próprias mãos sem pedir a perfeição, descobrindo quando ele procede de maneira auto-destruidora, escutando as palavras que pronuncia para a mulher, os filhos e amigos, escutando a si mesmo e olhando nos olhos dos que falam com ele, aprendendo a respeitar o processo de seus próprios encontros criativos e tendo fé de que eles o levarão breve a algum lugar.

Temos de nos lembrar, porém, de que nenhuma modificação ocorre sem um trabalho duro e sem que você suje as mãos. Não há fórmulas nem livros a decorar para você se tornar você.

Só sei disso: eu existo, sou, estou aqui, estou me tornando, eu faço a minha vida, e ninguém mais a faz por mim. Tenho que enfrentar as minhas próprias deficiências, erros, delitos. Ninguém pode sofrer o meu não-ser como eu, mas amanhã é outro dia e tenho que me resolver a levantar da cama e tornar a viver. E, se eu fracassar, não terei o consolo de por a culpa em você, na vida ou em Deus.


21 de jan. de 2014

Ray Charles & Diane Schuur - It Had To Be You



Em terra de cego....eles mandam e não deixam p/ ninguém! Duas BIG feras em um caloroso, delicioso e fantástico encontro. Mais nada p/ dizer: ouçam e vejam quanta troca de carinho entre os dois!

*Prestem atenção na mudança melódica em 5:29!

Diana Krall - Este seu Olhar



Sem comentários! Sou fã de carteirinha desta "horrível" canadense!

Ne me quitte pas - Édith Piaf e Jacques Brel



Outra obra-prima! Versões lindas também com a nossa Maysa, Nina Simone, Ray Charles (If you go away) e com o próprio autor, Jacques Brel, que merecem ser buscadas no Youtube. Difícil escolher a melhor, mas fico com a baixinha feiosa (o filme sobre a vida dela tb merece ser assistido). Fica a dica!

*Caso queiram comparar com a marcante  (e chorosa) interpretação do autor e tb seguir a letra da música, veja o vídeo abaixo


Janis Joplin - Summertime (Live -1969)



Com os meus 17 aninhos, tive o privilégio de ver/ouvir esta "mocinha" cantando esta versão de Summertime que, com certeza, nunca será igualada. Quem teve a sorte ouví-la, ainda viva, com certeza teve o privilégio de poucos já que a "doidinha de pedra" resolveu ir embora tão cedo. Seguiu a saga da morte dos "J" da época: Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison (The Doors).

Depois Cazuza diria que "meus heróis morreram de overdose"! Esta versão não morrerá nunca!

17 de jan. de 2014

Vindo por aí...





Muitas vezes não enxergamos a riqueza da simplicidade. Tentamos nos cercar de coisas e mais coisas, priorizar os esforços para aumentar cada vez mais um patrimônio que só nos serve mesmo para "contar vantagem", como se isso fosse alguma vantagem, e deixamos de lado a visão clara do tão pouco que de fato necessitamos para ter uma vida, uma mente e um espírito em paz! A companhia dos seus amigos, discos e livros, sem esquecer nunca a companhia também dos meus cães, amores eternos...e nada mais! A festa está preparada; é só curtí-la!



16 de jan. de 2014

O Tempo de cada um



Lembro-me que, em minha adolescência e começando com meus namoricos, houve o casamento do Dener (costureiro famoso da época) com a Maria Stella Splendore, da high-society. Tempos depois (que não me recordo qto foi) veio a separação, o término e o divórcio. Lembro-me muito bem dos comentários que minha mãe fazia quando o assunto era este. Os dois (ex) pombinhos fizeram questão de promover uma festa, com o mesmo glamour da feita qdo do casamento, convidando a mesma lista de convidados do casório, para comemorar o FIM da história dos dois como casal. Minha mãe dizia que eles sim tinham uma cabeça avançada pois achava super natural que os dois juntassem para uma outra festa, os mesmos amigos que antes haviam sido convidados para o casório. O casamento acabou? Viva, vamos comemorar este novo momento então!! O Rei morreu? Viva o Rei!!

Ouvia tudo aquilo, ainda dando meus primeiros passos no quesito "relacionamentos", e até achava que sim, que "boas e avançadas" (?) cabeças deveriam agir assim tanto no momento mais sublime da aproximação qto no triste momento de dizer adeus. Hoje, com meus 61 aninhos vividos, sigo, "a priori", de acordo que assim deveriam  acabar as histórias de amor! Mas, porém, no entanto, contudo, todavia.....acho que, finda uma história, é imprescindível que haja um afastamento e um momento de luto, de um para com o outro, pois minha "modernidade" não chega a ser de nenhum Dener. Principalmente se no ocaso da história, fatos e acontecimentos aconteceram que marcaram e/ou machucaram ou a um ou ao outro, ou a ambos! Sabemos muito bem que finais não ocorrem convidando o companheiro para um brinde à descoberta do nosso FIM. É necessário um tempo de recolhimento, (re)análise de tudo que se passou ou passaram juntos, relembrar bons e maus momentos etc e tal. É a famigerada análise nua e crua, se possível imparcial (extremamente difícil) de cada um fechar-se para balanço.

Sei de pessoas que ficaram de "luto" por 24 horas (ou menos) e outras que seguiram anos e anos (até algumas décadas), carregando o mesmo luto. Cada um tem seu jeito próprio de seguir este dito "luto" e, principalmente, o tempo de vivenciá-lo.

Lembro-me tb de um livro lido qdo da separação do meu casamento de 11 anos, lá pelo final dos anos 80,  intitulado "A Arte De Separar-se"  (Edoardo Giusti) onde ele dizia, dentre outras coisas que, por mais óbvio que possa parecer, a maior dificuldade que os dois pombinhos encontram no período onde a crise acontece (com tempo variável, de caso prá caso), é a obviedade que ambos deveriam ter que... AQUELA HISTÓRIA ACABOU! Agora, caindo a ficha, com maior ou menor dificuldade de cada um de que aquela história acabou, convidar já na semana seguinte o ex para um cafézinho, um papo, uma troca de idéias ou algo do gênero, não é algo que vejo com bons olhos. A separação de fato, corporal e física, é algo necessário e imprescindível, até um enxergar o outro, com sinceridade absoluta (e não mascarada ou disfarçada), como um AMIGO que, em outros tempos, tocaram a vida juntos.

O meu tempo de luto é o MEU tempo. O que faço enquanto ele transcorre tb é de plena responsabilidade minha e só minha. Não gosto de ouvir, em minhas fases de transição, expressões como a famigerada DESDE QUE pois, se eu pudesse, baniria esta expressão, para sempre,  do dicionário. Isto dá margem a frases do tipo:

"respeitarei seu luto.....DESDE QUE....."

"tenha o tempo que quiser de luto...DESDE QUE...."

" faça o que quiser durante seu luto...DESDE QUE...."

"curta seu luto em paz e no sossego, DESDE QUE...

"durante o seu luto faça tudo aquilo que quiser e encontre-se com quem quiser...DESDE QUE..."

É uma enxurrada de condicionais e condicionantes que muito me incomodam!

Muitos enxergam isso como "luto não resolvido", "querer tapar o sol com a peneira", "negar o óbvio" ou, ainda pior, dizer que qdo ajo como ajo estou dando claras demonstrações de que não estou nada resolvido sobre o caso acabado! Que sigo em luto, doído, magoado, ressentido, vingativo, desleal, covarde, mesquinho, imaturo, ridículo, crápula, etc e tal. Que, mais uma vez, sigo mentindo para o mundo e para mim mesmo! 

Cansei de ser analisado pelos outros e dar ouvido a análises viciosas, tendenciosas e suspeitas!

Como é de fato minha intenção seguir 2014 pautando-me exclusivamente pelos meus desejos maiores, se meu tempo de recolhimento, ou o nome que se queira dar, cheirar aos outros fraqueza, medo, insegurança, deslealdade, injustiça, imaturidade, safadeza pura ou covardia...deixo o aroma destes cheiros para quem assim sentiu. Se no meu período QUERO isso e NÃO QUERO aquilo, assim será! Não quero aplausos ou vaias; sorrisos ou caras carrancudas, elogios ou xingamentos; só quero respeito às minhas decisões, pelas quais só eu respondo; e para mim mesmo!


Neste meu momento, quero e desejo estar próximo de uns e outros e quero e desejo também, manter a devida distância de uns e outros. Que as consequências que estas minhas posturas virão a  ocasionar...sejam as consequências que elas me ocasionarão. Básico, como diria meu "paipai psicanalítico" Cyro!

Respeitar o tempo do outro, seja qto for este tempo e seja como o outro leva e vive este tempo, isso sim é prova de que mágoas não ficaram como uma pedrinha lá no fundo  da sola do sapato! Que cada um seja dono exclusivo do seu tempo e do(s) seu(s) luto(s)! Que este novo tempo/período transcorra na paz possível. Para todos!

No tempo certo, no momento certo, nos veremos livres dos nossos lutos. Mas mágoas já não as trago mais!


15 de jan. de 2014

Felicidade Realista

* Sobre este texto há uma grande confusão sobre quem seria seu autor:  o Google fala em Mário Quintana, Martha Medeiros e até autor desconhecido. Conhecendo um pouquinho do estilo de cada um dos citados, acho que tem toda a cara da Martha Medeiros mesmo. Independente da polêmica, vale pela beleza de suas palavras, mostrando claramente como o estado de "estar bem" não é assim tão raro ou  impossível de se conseguir e alcançar! Ela pode estar logo "ali", esperando por vc, logo ao dobrar a primeira esquina, para que vc a abraçe e aconchegue!!





FELICIDADE REALISTA


  A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote
  louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

  Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser
  magérrimos, sarados, irresistíveis.

  Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema:
  queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.

 E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar  pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente  apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes  inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos  sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.


  É o que dá ver tanta televisão.

  Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
  Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você
  pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um
  parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente
  quando se trata de amor-próprio.

  Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo,
  usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o
  suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem
  pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que
  saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de
  criatividade.

  Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
  Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o
  estrelato,   amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar.
  É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza,
  instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente.

  A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
  Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está
  alta   demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.


  Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não
  se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la
  e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e
  não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso
  coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade !!!


O BRUXO e a PIMENTA



Este vídeo para mim é de um lirismo sem fim; maravilhoso. Alguém mais desatento poderia até achar que os dois gênios não sabem exatamente como levar, juntos, a famosa "Asa Branca" mas, é só perceber com que tranquilidade os dois se permitem seguir pelos caminhos que cada um escolheu naquele momento, como tudo acaba em uma deliciosa troca de carinhos e, como "gran finale", fazem da Asa Branca uma grande valsa, convidando-nos a todos para rodopiar pelo salão em festa! Lirismo e carinho sem fim entre dois gênios da nossa música!

14 de jan. de 2014

"Ontem" e "Hoje"



A foto aí de cima é lá dos anos 88 ou 89; 35 ou 36 anos de pleno vigor, achando que as buscas eram fáceis e se encontravam em cada esquina. Era entrar no clima do troca de charme, chamego, gracinhas, caras e bocas e poin!!!! O amor aparecia na sua frente como resultado de uma pitada do pó de pirlipimpim. Pode até parecer que eu tinha um "brilho especial no coração", visível. Mas era só um flash, que espouca por uma fração de segundos e desaparece. Mas, bem ou mal, foi com este garotão que toquei minha viagem e minha caminhada. De porrada em porrada, consegui alcançar 2014 apesar de 1 divórcio, alguns processos, de "homicídio" ou por "golpe" na Receita Federal (quem vê pensa que tenho uma longa ficha criminal; só quem sabe, sabe), 1 capotamento, sozinho, uma internação, uns gorós, umas ressacas, uns finais de noite na "sarjeta", uns auto-flagelos, uns tirinhos ou uns baseados... e 45 anos de nicotina enfronhada em meu corpo, mente e alma!

A outra é agora de janeiro de 2014, “tentando” fazer uma foto com as mesmas características ou pose da de 88.

Ao observei p/ uma e prá outra e não titubiei muito não: fico com a de 2014. Hoje, já com uns 3 dentes já perdidos, um cabelo mais ralo que a sopa de um bandejão popular de R$1,00, que não tem como disfarçar, um joelho estrupiado, estralando a toda hora, aquela barriguinha dos sedentários, a flacidez dos músculos que só jogam sinuca, o garanhão que virou pintinho, uma hérnia de disco que às vezes me trava (sorte não ser ex-prefeito e ter uma hérnia que me deixaria incapaz e inútil para todo e qualquer trabalho, tadinho!), as manchas senis se espalhando pelo corpo, a catarata já operada. Quase igual o carinha aí do outro vídeo que atendeu a Dona Rosângela, simpática senhora do telemarkentig

Como diria meu grande amigo Carlinhos, agora sim cheguei na hora do “sexo, droga e rock & roll” : sexo de vez em quando, droga de salário e rock & roll bem baixinho p/ não acordar os netos.

Mas, olha, carinha, nos idos de 88 – 90 – 95 – 2000 – 2005  etc.... não sabia o que procurar e muito menos onde procurar. Às vezes achava que era aquilo ali, outras vezes achava que era o oposto daquilo ali, outras tantas vezes nem achava. Procurava, procurava e procurava e seguia andando como barata tonta.

Levando histórias incompletas e levando de roldão, mesmo que sem querer, quem comigo estivesse naquele momento.
Entrei em um círculo vicioso entre magoar e sentir-me magoado. Parecia que a máxima da ação-reação estava sempre ali, na espreita, prá que na primeira brecha eu pudesse colocar em campo minha estúpida capacidade de jogar tênis e derrotar meu algoz inimigo, eu estaria pronto. Não dava outra: mais dia menos dia, nossos baús, de ambos, iam se enchendo cada vez mais e mais de mágoas, amargor e amarguras, ressentimentos e afins.

Agradeço ao bonitão de 88 por me ter trazido até aqui. Ele até me fez boa companhia por muitas vezes, muito me ensinou (principalmente a errar - rs), esteve comigo em alguns prazeres, algumas alegrias, uns tantos momentos de choro, tristeza e depressão. Ele testava a toda hora se eu queria mesmo a paz e sossego que tanto pregava ou se era pura balela e eu um grande enganador, com uma lábia de quinta categoria.. A duras penas nos suportamos, como suporte amigo mesmo de um para o outro e outras, simplesmente nos aturamos, já que não tinha como nos dicotomizar e servir mezzo a mezzo como uma bela pizza. Mas o velhinho aqui sabia – lá no fundo sabia – que um dia iria derrotar este fracassado bonitão das candongas (com todo respeito à mulheres que me deram a honra e tanto me ensinaram, por um tempo, conseguindo suportar este “batalhador incompetente e cheio de tipo”.

Um quase metido a discípulo do Fernandinho Pessoa e outros "chorões convictos" da literatura.

Hoje, 2014 (mais precisamente madruga de 13 para 14 de janeiro) e vejo, com alegria. a juventude e a força de acertar neste meu mero retrato tirado despreocupadamente, só p/ saber como eu sairia em um retrato de hoje; gostei do que vi.


Seguirei sendo este de hoje!

Ousaria até a dizer que nos anos 80 eu me guiada pelo modo de "chegar" e hoje me guio pelo modo de parar. Bandeira branca!

Lembrou-me muito este meu outro post aqui, não tão antigo:

http://simbolofalicoeocacete.blogspot.com.br/2013/11/hoje-sou-eu-que-estou-no-meu-retrato.html

Bóóóóra que amanhã é dia de meio-branco (rs)



Quero mais é aproveitar que "ainda" estou na quarta garrafa e não na quinta. Quando chegar a hora da quinta, já estarei indo mesmo para "o quinto dos infernos". Mas ainda não; ainda é cedo! Estou com "sede". As outras três me distraíram por um tempo, "embalando" momentos diversos. Agora é a hora de matar a sede de verdade. Sede pela vida tranquila! Chega de "buscar e buscar". Servido ou não em um  Santo Graal, ou em um copo de requeijão, só quero mesmo saciar minha sede. Sem mais churumelas!


13 de jan. de 2014

Suíte dos Pescadores (completa)



Pelo menos é bem mais lírica do que a Suíte dos Pecadores, né não? Acho que 90% das pessoas conhecem só o refrão desta obra-prima do Caimmy, sem saber que, na verdade, ela é uma "suíte" contando a triste e dura vida dos jangadeiros. Por isso faço questão de postá-la aqui, na íntegra, para que todos possam admirar a beleza desta homenagem do baiano porreta aos jangadeiros de sua terra!

Faz parte do CD, imperdível, Vinícius e Caimmy no Zum- Zum, acompanhados do Quarteto em Cy e do conjunto do Oscar Castro Neves. Vale procurá-lo aqui pela net! Só tem coisa de primeiríssima qualidade.

*Tentem aqui......clicando em magnetic linkhttp://umquetenha.org/uqt/2013/09/19/vinicius-caymmi-no-zum-zum-1967/



(Letra completa)

Meu irmão Caimmy eu gostaria,
De ouvir a sua poesia,
E nos contar sobre a canção do pescador...
Vamos navegar no mesmo mar de nostalgia...
E lembrar o dia...
De uma pescaria... em salvador...

Minha jangada vai sair pro mar, 
Vou trabalhar, meu bem querer, 
Se Deus quiser quando eu voltar, 
Do mar, 
um peixe bom, eu vou trazer... 
Meus companheiros também vão voltar, 
E a Deus do céu vamos agradecer ! 

Adeus, Adeus... 
Pescador não esqueças de mim! 
Vou rezar pra ter bom tempo, 
Meu nego, 
Pra não ter tempo ruim... 
Vou fazer sua caminha macia... 
Perfumada de alecrim... 

Pedro! Pedro! Pedro! Pedro! 
Chico! Chico! Chico! Chico!
Nino! Nino! Nino! Nino! 
Zeca! Zeca! Zeca! Zeca! 
Cadê vocês, homens de Deus?

Eu bem que disse a José!
Não vá José ! não vá José!
Meu Deus!

Com tempo desses não se sai! 
Quem vai pro mar, quem vai pro mar, 
Não vém! 

Pedro! Pedro! Pedro! Pedro... 
Chico! Chico! Chico! Chico...
Nino! Nino! Nino! Nino...
Zeca! Zeca! Zeca! Zeca...

É tão triste ver...
Partir alguem...
Que a gente quer...
Com tanto amor...
E suportar...
A agonia...
De esperar voltar...

Viver olhando o céu e o mar...
A incerteza a torturar... a gente fica só...
Tão só. A gente fica só...
Tão só...
É triste esperar...

Uma incelênça... 
Entrou no paraiso... 

Adeus! irmão Adeus!
Até o dia de Juizo!

Adeus! irmão Adeus!
Até o dia de Juizo...


Minha jangada vai sair pro mar, 
Vou trabalhar, meu bem querer, 
Se Deus quiser quando eu voltar, 
Do mar, 
Um peixe bom, eu vou trazer... 
Meus companheirs também vão voltar 
E a Deus do céu vamos agradecer !