19 de fev. de 2017

EUNUCO



Acordei sem saco. Aí, com meu tesão eterno pelas palavras e pelas letrinhas, e não podendo fugir do fato que "uma vez médico, médico até morrer" - como se a minha profissão fosse o rubro-negro do RJ - fui a um dos pais do burro, para ver e aprender o que mais significa a palavra EUNUCO, sinônimo, dentre outras coisas, de alguém "sem saco"; aqui, com aspas


Assim falava a Wikipedia:


Devemos entender essa palavra, Eunuco presumivelmente de "origem aramaica"; também no "sentido bíblico, da Bíblia; ou seja, de homem pacífico e - não necessariamente - sábio". Pois a sabedoria, costuma desenvolver também a pacificidade; conforme o general - imperador, de toda a China continental e além-mar; que o foi Sun Tzu ("a espada é para se manter embainhada"; segundo suas palavras) na sua obra A Arte da Guerra, em diversos volumes).

OK. Legal. Homem pacífico e - não necessariamente - sábio! Taí, gostei! Sou um pacífico eunuco ou um eunuco pacífico e , não necessariamente, sábio!

Então, com o café matinal já feito, voltei a ouvir pela enésima vez, o Clóvis falando sobre o Eterno Retorno, de Nietszche. Na mesma hora, chamou-me a atenção esta passagem:


Assim falava Zaratustra

" ....Mas saiba bem o que te apetece,  e não recue ante nenhum pretexto, pois o Universo se organizará para te dissuadir..."

Ontem, vivi um dia em que tudo ali apeteceu-me. Podendo, o tornaria eterno! São dias como o dia de ontem que me trazem o bem-estar d'alma. Gostaria, caso pudesse, de tê-lo eternizado!

Porém, acordei também com as palavras do Zaratustra: "...o Universo se organizará para te dissuadir..." E isto é um fato. Mais uma bola dentro do "seu" Zara!

Então, não querendo recuar, ante nenhum pretexto, "saquei" (sorry pelo irônico eufemismo) esta bela estratégia da qual podemos lançar mão, ante o Universo: por mais bicho-do-mato que eu seja, por mais anti-social que eu seja, por mais misantropo que possa ser, nunca viverei em uma ilha. Aliás, moro no continente, tendo uma Ilha apenas como uma vista/paisagem. Só uma paisagem. Nunca serei uma ilha.

Dito isso, diante desta inexorável verdade, descubro que posso lançar mão do Paulo Eunuco. Já que "alguma coisa como gente", como dizia o FP em Tabacaria, seguirá habitando o mesmo planetinha que eu habito, lançarei mão da minha eunuquice, oras!

Sem saco para tudo aquilo ou aqueles que porventura queiram me dissuadir! Simplesmente, eunuco.

Sem saco

Pacífico...mas com a espada mantida embainhada!

Eunuco

Eureka

Manoko!

Assim falava PeFeTeLe.

* Querendo seguir neste papo "sacal", veja também mais este:

http://simbolofalicoeocacete.blogspot.com.br/2015/06/o-roncolho.html




PAULO EUNUCO - DÊ PLAY


18 de fev. de 2017

Uma Viagem Perfeita



Para os que me seguem por aqui (existe?), um pequeno lembrete: sei que já postei algo intitulado Uma Perfeita Viagem mas, a distância entre um tópico e outro, usando das distâncias terráqueas, é a mesma existente entre o Polo Norte e o Polo Sul. Que não me venham meus mestres da Matemática (Prof. João Francisco et caterva), querer me enganar dizendo que "a ordem dos tratores não altera o viaduto". Isso pode ser válido, vá lá, para os números e/ou a ciência exata. Vai querer me convencer que  7x5 é a mesma coisa do que 5 x 7, ou que 7 + 5 é a mesma coisa que 5 + 7?  E 7, dividido por 5, é a mesma coisa do que 5, dividido por 7? Ahhhh, vale p/ adição e p/ multiplicação, mas não vale p/ divisão? Ou é.....ou deixa de é!!! Manoko, cara. Manoko!

Assim sendo, estamos combinados: Uma Perfeita Viagem é o Polo Norte, enquanto Uma Viagem Perfeita é o Polo Sul, Polo alíás, que habito! Alguma dúvida?

Mas, à viagem:

Deixei vocês lá pelo FB, com Nietzsche e seus 18 minutos do mais puro tesão - a propósito, amiguinho/a, qdo foi seu último gozo que levou 18 minutos, hein? - e fui, como disse lá, dar um mergulho.

Se falei, cumpri com o que falei. Sou um menino de palavra. Fui dar um mergulho e, aproveitando que estava muito bem acompanhado (não, desiste; nunca serei sério)....mergulhei! Mergulhei fundo e profundo. Fui até aqueles abissaais desfiladeiros oceânicos. Ajudado um tanto, é verdade, pela medíocre fauna que por lá desfilava, mergulhei. Olhava, e às vezes ouvia um papo, da fauna ali presente e, qto mais olhava aquela fauna, mais mergulhava. Até que, para minha surpresa, voltou-me a viagem perfeita que tive, x tempo atrás. Na época, captei 33,33% da viagem, pois ainda da missa não sabia 1/3, como diria o Prof. João Francisco: 1/3 de 100, é 33,33. E dízima periódica ainda.

Não gosto de dízimas. Odeio dízimos!

Mas hoje, rodeado daquela medíocre fauna, ele veio com tudo!

Ei-lo:

Estava eu no meu, digamos, refúgio serrano quando, depois de uma farrinha etílica/sexual, aconteceu a viagem!

A Bela Adormecida, saciada, foi repousar. Eu, britânico que sempre fui, sentindo que tinha que levar um lero com o hugo, afastei-me para o outro banheiro distante do leito da donzela.. Ali então, postei-me, pateticamente, sentado em frente ao vaso sanitário, e chamei pelo hugo.

Então veio o hugo 1 e eu, naquela mescla de água límpida e transparente, contaminada pelo hugo 1, tentava enxergar-me...e não conseguia. Dava a descarga e esperava a chegada do hugo 2 para, quem sabe, enxergar-me então. De novo, tentava enxergar-me naquela mescla de transparência e hugo, e não me via. Até me via mais do que o tempo  do hugo 1, mas ainda não me via plenamente. Nova descarga e, hugo 3. E depois o 4, o 5 ou sei lá mais quantos. Até que, após o último hugo, dei a última descarga e....tchan tchan tchan....eis o Paulo. Eis ali o PF. O PFTL. Sem hugos. Refletido em uma límpida e transparente água, enxergo o Paulo! Este, que aqui posta!

Enxergando-me por fim, dei-me o direito de deitar-me naquele chão frio, insensível e indiferente (snif, snif) e ter o devido, e merecido, repouso. Longe da Bela Adormecida, adormeci.... junto ao PFTL

Depois levantei-me e segui minha jornada. Mas hoje, 18 de fevereiro de 2017, enxerguei os outros 66,66%!

Não entendeu nada?

Presunção?

Tantufaz!

Manoko!

Ema ema ema!!!!

A viagem foi minha. Solitária, como as viagens perfeitas!

Paulo, vc é um gatinho!

Ou leão?


13 de fev. de 2017

PARIDO


(texto catártico, como todo parto)

Eu era um adolescente de catorze aninhos. Catorze puros aninhos. Não sabia nada da vida, além de brincar na rua, roubar a manga do vizinho, rodar pião, empinar pipa e todas essas essenciais coisas que fazem uma infância feliz. Aí, deparei-me com o Festival da Record, onde estavam disputando ali o primeiro lugar, "A Banda" de um tal de Chico e "Disparada", de um tal de Vandré. Assisti o Festival todo animadão, atento e interessado.

Quando veio o dia da final, pensei assim:

" - Ah, pô, "A Banda" é uma música leve, gostosa, lúdica e de fácil assimilação. A outra, fala de gado, boiadeiro, cavaleiro... É tanta coisa complicada pros meus pobres e inocentes neuroniozinhos, que acabo cantando a música, junto com o Jair Rodrigues mas, vou ser sincero,  não entendo muito não o que este carinha, este tal de Vandré, quis dizer não, É tipo aquelas músicas que a gente canta em inglês, no maior pique, mas sem nem fazer idéia do que a letra está dizendo, sacou?

" - Pô, não quero uma vida complicada, que me coloque símbolos e enigmas para serem decifrados. Quero uma vida simples. Com o essencial. Com a essência do que é o Paulo. Simples, mas que comporte, agasalhe e guarde, a essência do Paulo.

Mas, aos 14 aninhos, frente a um Festival, tinha que escolher!

Não tive dúvidas: torci pela "Banda", que eu entendia muito mais e, mais do que isso, era o meu desejo que a minha vida fosse só, tal e tal a música: "lúdica, inocente e fácil de entender e assimilar"

"A Banda"!!!! Já ganhou, já ganhou, já ganhou!!!!!!!

Mas...... "o mundo foi rodando, nas patas do meu cavalo" (rs)


Deu empate.

Tive uma reação. Tive uma reação e dei um jeito. Um jeito "paulofernandesco", claro, já que sempre fui Paulo Fernando! Hoje, 2017, entendo perfeitamente a minha reação. Ela é explicada em sua totalidade, em qualquer bom divã que vc encontre no meio do caminho! Aqui não cabe dizê-la. É muito chão e muito tempo p/ isso. Importa é tê-la descoberta, hoje!


E aí.....dá-lhe boiada, boi, boiadeiro, gado, gente, sonhos, ferradas, furos, marcadas, tangidas e um tanto mais de dores do parto, esperando a hora de vir ao mundo, de verdade!

E...nos sonhos que fui sonhando...as visões se clareando, as visões se clareando...até que um dia, acordei!

UFA!!! Demorou p/ caralho, se me permitem o desabafo, mas o dia chegou. 2017, meio século (!!!) depois daquela criança que torcia pela "Banda", eis que o Paulo é, finalmente, parido!

Neste meu tempo, não vejo poesia maior que possa mostrar-me mais do que estes versos do Vandré! Com perdão do Fernandinho Pessoa, guru meu, ou qualquer outro poeta, mas neste instante eu fico com o Vandré, declamando, mostrando, expondo e parindo, depois de todas as dores... o PeFeTeLe!!

Como já disse...eu sou isso!


Agora??? Putz, carinha....agora é fechar a régua como o Jair Sorriso Rodrigues fechava seu cantorio : Lalaila lalalailá lalalailalaiá.... Lalaila lalalailá lalalailalaiáááááááá!!!!!!!!!!!!!



UFA!!!



Querendo me ouvir, DÊ PLAY aqui:





Querendo cantar, junto com o Jair, dê PLAY aqui:





5 de fev. de 2017

Um Viajante E Seu Enigma




Um antigo mito grego relata que a esfinge de Tebas - um monstro parte leão alado, parte mulher - estava sempre atenta aos viajantes que passavam naquela cidade. Esta abordava o transeunte com o seguinte enigma: " Qual o animal que de manhã tem quatro patas, ao entardecer tem duas e ao anoitecer tem três patas?" Caso o enigma não fosse respondido corretamente pelo viajante, este era devorado pela esfinge.


Não faz muito tempo, uma pessoa muito querida (mútuo bem-querer), relembrou-me o manjado "decifra-me ou devoro-te", nascido na enigmática figura da esfinge de Tebas.

Tendo um final de semana todo pela frente, resolvi debruçar-me sobre o enigma. Não o de Tebas, já que, para esse, qualquer google da vida poupa seu tempo, dizendo a resposta correta. Quis decifrar um outro enigma que andava me apoquentando!

Aí, veio a Tetê Espíndola e me propôs brincar de forca, como modo para decifrar o enigma.

Então ela começou:

" - Cinco letras, Paulinho!"

_ _ _ _ _ 

"- Mas você não vai colocar nem a primeira e nem a última letra, como de costume?"

" - Chega de moleza, Paulinho. Cinco letras!"

Não tinha como não começar chutando a letra "A", jeito de começar de 99,99% das pessoas.

Ficou assim:

_ A _ _ A

E segui chutando e errando, chutando e errando, mas também com uns acertos ocasionais, aqui e ali.

O jogo foi seguindo e seguindo, até chegarmos na hora H de ser enforcado ou decifrar o enigma.

Era hora da decisão final. Assim estava meu joguinho de forca com a Tetê:

FA_SA

Sobravam-me duas letrinhas p/ tentar decifrar o enigma. Apenas e tão somente duas letrinhas.

E agora, José? E agora, Drummond? E agora, Paulinho, adorador das letrinhas? E agora, criança? E agora, viajante Paulo?

Eu só tinha mais uma chance: errando, seria enforcado. Acertando, não seria devorado pela esfinge!

Fiquei absolutamente em silêncio, ouvindo minha voz interior que repetia, doce, calma e firmemente: "Não erre, Paulinho! Não erre!Paulinho, não erre! Você é ele, Paulinho! Ele é você! Você é ele, o viajante! Não erre! Escolha ele...e não erre!

Consegui a mais direta e plena conexão com meu interior. Enchi o peito e, sem medo, respondi:

"R"

Enigma esclarecido. O enigma foi-se!
Foice, martelo, bigorna e picareta!

Este viajante aqui não foi devorado!

DÊ PLAY






DÊ PLAY II