Sobre...VIVER

Desde domingo retrasado optei por ficar mais recolhido, recluso e reflexivo. Como nesses momentos costumo ser visitado por meus demônios, fantasmas e por minhas loucuras, escancarei as minhas portas para alguns “amiguinhos” que admiro e que são exímios “tradutores” deste time citado. Convidei para a minha casa o Karnal, o Clóvis, o Mário Sérgio Cortella, o Gikovate, o Ricardo Rosenberg, o Luis Felipe Pondé, dentre outros, para que eu não ficasse boiando tanto no discurso sem fim dos meus fantasmas e demônios.

Este time de louquinhos, convidados por mim, são verdadeiros mestres na difícil arte de entender os fantasmas. Eles são os “Ghostbuster” da alma! Adoro ouvi-los. Como bom discípulo e aprendiz, calo-me para melhor ouvi-los e sorver cada palavra/ensinamento/esclarecimento que eles nos passam!

Sempre aprendo mais e mais ao ouví-los. Mesmo aquilo que imaginava já saber, saio sabendo ainda mais e mais, mas não tudo, após ouvir meus amiguinhos!

Digo “não tudo” pois, conseguir o tudo seria mesmo uma missão impossível, que nem o Tom Cruise, que já está lançando o MI 4 conseguiria. As baboseiras que o Tom Cruise combate é pinto perto do que os meus amiguinhos nos ajudam a combater.

Ao mesmo tempo que digito isto tudo, me vem à mente a última pergunta que o Bruxo Abujamra faz(ia) para os seus convidados em seu programa “Provocações”; fosse o convidado que fosse, o Abu terminava perguntando:

“- Fulano, o que é a vida??”

Independente do convidado e da resposta dada, o Bruxo, depois de ouvir pacientemente, voltava à carga: “- Fulano, o que é a vida?” E assim seguia o Abu, até esgotar-se o assunto ou, como acabou sendo a última resposta dada quando o convidado era o Gikovate:

Dando-se por “vencido”, o Gikovate falou: “NÃO SEI!”

Tentarei dar a minha visão daquilo que acho ser a vida! Daquilo que também não sei. Daquilo que tenho uma vaga idéia do que possa ser ou vir a ser.

Como diria meu guru Cyro, esta visão vale para meu momento de agora, 17 de agosto de 2015! Tenho certeza que esta minha visão sobre o que seja a vida será eterna...até o momento que eu mudá-la radicalmente (rs)!!

Caso eu queira ser 100% cético e frio (pleonasmo?), diria que “a vida é o espaço de tempo decorrido desde o momento que você nasce, até o momento que você morre”. E ponto final. Nada mais nada menos do que isso!

Não sendo, ou não conseguindo, ou ainda melhor, não desejando ser 100% cético e frio, diria que a vida é uma oportunidade mágica que nos é dada. Mesmo que sejamos o mero resultado de uma “bimbada” entre outros dois seres, alguém nos joga no colo esta mágica oportunidade.

Mesmo que a recepção primeira seja um belo tapa na bunda, que já nos faz chorar logo de cara, haverá ainda um longo tempo de caminhada até o nosso ciclo por aqui encerrar-se. Mesmo não tendo pedido pra nascer, você vai agora “pedir pra sair”? Está com medinho do Capitão Nascimento? (será que o nome dele – Nascimento – foi casual?)

A oportunidade, como venho dizendo e repetindo nestes meus últimos dias respirados, de alinhar PENSAMENTO, FALA e ATITUDES! Aquilo que pode parecer óbvio, descobrimos, e vemos, em uma rápida olhada de 360 graus ao nosso redor, ser algo absolutamente difícil de se deparar por aí. Seja no(s) outro(s), seja com a gente mesmo.

Quantos e quantos não falam o que pensam, ou não agem como falam, ou não agem como pensam e por aí vamos. Quantos? Com certeza, a maioria de nós. Se é a grande maioria ou não, tenho minhas próprias dificuldades em afirmar! Mas que é um número significativo os que assim vivem, isso eu (acho que) tenho certeza!

Nossos esforços, penso eu, devem sempre estar voltados para alcançar a mágica capacidade em colocar nossos pensamentos, nossas palavras e nossas atitudes, alinhadas, em harmonia e em sintonia.

Conseguindo esta dificílima, mas não impossível,  missão, poderemos enfim gozar a nossa existência, mesmo porque fomos/somos frutos, como já disse, de uma outra gozada ocorrida 9 meses antes de aparecermos por aqui!

Deste modo, conseguiremos enfim, dar razão e prazer para algo que você não pediu para que acontecesse, algo para o qual você não foi ouvido para opinar se queria ou não. Para algo que, exagerando, te foi imposto!

Que sigamos no gozo e com o gozo que nos deu vida!

O resto é vida não vivida. É vida sobrevivida! É vida devida!

Não fique em débito! Não fique no vermelho!

* Comecei com uma bela frase do Dotoiévski, então nada melhor do que fechar com outra. Desta vez, dita pelo Calderón de La Barca:

"Já sei que, se para ser o homem, escolher pudera, ninguém o papel quisera do sofrer e padecer; todos quiseram fazer o de mandar e reger, sem advertir e sem ver que, em ato tão singular, aquilo é representar mesmo ao pensar que é viver."