8 de ago. de 2015

AXIOMAS



Outro dia estava levando um lero com meu amigo René, quando ele, entusiasmado e embalado pelas cervejas a mais que havíamos tomado, disse que queria falar algo que entraria para a história. Aí ele subiu na cadeira, estufou o peito e disse:


" - Penso, logo existo!"


Ainda tentei avisá-lo dizendo... "René, descarte esta bobagem. Isso aí nunca entrará para a história"!

Ele insistiu. O tempo dirá quem estava certo (rs)


Se ao menos ele tivesse dito "penso, logo hesito" ou quem sabe, "penso, logo insisto" ou, sei lá, "penso, logo exijo"... aí teria alguma chance!


Ou ainda outras variantes: "existo, logo penso"; "existo, logo hesito"; "hesito, logo insisto"; existo, logo morro"; "se hesito, morro logo"!!


Fui voto vencido. Ficou mesmo a dele!


Aí comecei a viajar pelos axiomas! Encanei com um em particular, já que estou recém-saído de um período, digamos, de mar de rosas, encanei com o artificial e a finitude!


Um mar de rosas é mesmo algo artificial, claro. É só simbólico ou metafórico. Além disso, é artificial. Por ser artificial, é finito! Nada mais óbvio!


Assim também como os tsunamis. Os reais e os simbólicos

Mas/porém/entretanto/todavia, também somos finitos. Todos nós somos finitos! Sendo assim, concluo que somos todos artificiais, oras!!

Tenho um amigo que passa 23 horas, 59 minutos e 59 segundos do dia, feliz e alegre. De bem com a vida! Esta é a artificialidade que ele escolheu para  vida dele. Permite-se, no máximo, 1 segundo por dia de não artificial. Mais do que isso é tempo desperdiçado, como ele costuma dizer!


Mas este 1 segundinho também é finito. Mais do que finito, de curtíssima duração. Então, também este segundo é artificial, se for seguir meu axioma!


Digamos que você, caro leitor, passe seu dia oscilando entre dois, três ou "n" estados de humor. Independente de quantos eles sejam, ou quais, também são eles todos finitos. Ou artificiais! Se houvesse um único estado que não fosse artificial, ele seria infinito, concorda? Mas o infinito não há!


Artificiais que somos, usamos de todos os artifícios possíveis (rs). Para viver ou mesmo para sobreviver, quando o mar não está prá peixe!


Também posso encanar que o próprio artifício do qual lanço mão, é, ele próprio, artificial. Sendo assim, finito! Quando ele perecer, que fazemos? Mais do que depressa, criamos outro, oras! Então, criamos em nossas vidas, "infinitos artifícios". Lembrando, mais uma vez que somos finitos, este infinito também é finito! Sendo ele finito, os artifícios à nossa disposição também o seriam?


Não havendo mais artifícios disponíveis, o que fazer? Correr pro colo da mamãe?


Que "belo" artifício este, hein!!!?? Será mesmo esta a saída?

Acabo me sentindo tipo "se ficar o bicho pega e se correr o bicho come!"


No entanto, acho que encontrei uma saída. Vislumbro uma luz no fim do túnel, que não é uma locomotiva na contra-mão:

Aumentar a minha dose diária do chá do Santo Daime, e botar fogo nos meus artifícios (rs).


Fazer da minha vida algo que mereça ser comemorado... com "fogos de artifício"


* Sempre soube que eu tinha mesmo um lado piromaníaco. Agora ele se confirma. Em um dos meus últimos posts aqui, disse "ao inferno com as minhas cinzas"! Agora, boto fogo em todos os meus artifícios!


** Outra sacada (artifício ?) seria seguirmos o ensinamento do poetinha Vinícius:

"...Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito....enquanto DURO!!" (rs)






Um comentário:

Unknown disse...

E foi assim que você esteve presente durante o processo de Solipsismo de René Descartes... rsrsrs Parabéns! Brilhante!