24 de ago. de 2015

Why ou UAI?



Em uma das minhas últimas sessões de análise, minha terapeuta relembrou-me desta passagem da palestra do Leandro Karnal, postada ao final do tópico, onde ele diz enfaticamente que "a ignorância é uma benção".

Claro que não falo da inguinoranssa acadêmica. Esta pode até fazer uma besta quadrada tornar-se Presidente da República. Esta inguinoranssa, como a do sapo barbudo, é a mais escrota que poderia existir. Este escroto, pai supremo de toda merda que está por aí, é um ignorante de princípios, de valores e de dignidade. Ser analfabeto é só um mero detalhe. Não é a escrotice dele. A escrotice dele é uma escrotice moral. De valores. De dignidade. Ela é, de cabo a rabo, execrável, tanto qto o sapo barbudo o é! Falo da ignorância filosófica (IF), vamos assim dizer. Esta ignorância - IF - concordo com o Karnal que é mesmo uma imensa benção.

Vejam e ouçam o Karnal e depois leiam o Jorge Luis Borges. Você pode até dizer que o JLB desmente o Karnal. Pode até dizer que o primeiro tem uma visão muito pessimista das coisas, enquanto que o poeta é muito mais otimista. Pode até ser. Otimista, mas nem tanto esperançoso, já que termina com um "SE.... mas estou morrendo!" O Karnal, gostemos ou não, segue (se) questionando. O poeta, "acordou prá morrer!!" Preparou a cama....

Porém, comentei com minha terapeuta: depois que saímos do campo da ignorância, da IF, não há volta! Simplesmente não adianta querer voltar a ser um IF. Não há como apagar o tanto de "aprendizado" que você conquistou no caminhar da sua vida. É um caminho sem volta. Sobra para alguns pouquíssimos privilegiados, a meu ver, a graça ou o dom supremo de seguir com um conhecimento filosófico tal, que os levam para o Nirvana. Ou para o Paraíso ainda por aqui. Graça disponível para um Buda, ou um Dalai-Lama, ou Gandhi ou figurinhas do tipo. Ou seja, a milhões de anos-luz de nós, pobres e medíocres mortais, pertencentes à "classe média" do conhecimento filosófico.

Assim, sabemos um pouquinho mais do que o "vovô viu a uva. A uva é da vovó!" Não somos plenamente ignorantes enfim! Somos só tolos! Quando saímos da ignorância, começamos a nos deparar com os questionamentos da vida. É uma avalanche de perguntas, sempre esperando algum porque como sábia e definitiva resposta mas, no fundo, são todas elas tolas e inúteis, e  que muitas vezes nos tiram do prumo e nos desequilibram.

A sabedoria dos IF(s) simplesmente trocam o Why pelo UAI! Ao invés de querem saber por que isso ou aquilo, os IF(s) simplesmente enxergam que é isso ou aquilo, UAI! Deixemos os Why(s) para os gringos, e fiquemos simplesmente com nosso mineiro UAI, uai!

Ou então comecemos a pensar na possibilidade de criarmos uma nova Faculdade: a Faculdade da Ignorância. Você se matricula e todas as matérias dadas serão voltadas para você tornar-se novamente um ignorante. Mas, convenhamos, será um trabalho hercúleo passar de ano. Ainda nem decidi, ou não sei mesmo, se passaria de ano aqueles com as melhores notas ou com as piores (rs)! Já que, se você for muito bem no quesito ignorância, pode ser sinal de que você não seja de fato um ignorante, concorda?

No final de tudo, acabo ficando com uma ligeira impressão que só o tempo nos fará voltarmos a ser IF(s). Quando finalmente chegarmos lá, é sentar a bunda e esperar a hora da despedida final. Como o grande JLB!

Enquanto a nossa hora não chega, seguiremos com os SE(s), sem chegarmos ao IF.

Queiramos ou não, os SE(s) nos acompanharão!

Não somos mesmo abençoados!!

E você? Fica com o Why ou com o UAI? Ou vai questionar..."why UAI? (rs)"

Se eu fosse IF... !!

If I were IF... (rs)!!

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3 comentários:

alcinda clementino de siqueira disse...

Este poema e lindo e real.Somos poeiras do espaço,estamos aqui de passagem,portanto temos que ser feliz e ajudar aos outros em busca do bem comum.

alcinda clementino de siqueira disse...

Viver e uma arte ,envelhecer faz parte,feliz quem consegue cumprir as etapas da vida: infância,adolescência ,idade adulta e velhice.

CAMINHANDO POR ONDE FOR disse...

Quem dera os anos vividos nos ensinassem a não deixarmos a coragem partir...
Quem dera fossemos sábios o bastante, para mesclarmos em doses perfeitas, riscos e ponderação.
Quem dera a os anos trouxessem realmente mais sabedoria, se assim fosse, com certeza teríamos mais coragem e menos medos!
Quem dera... Quem dera!!!
Beijos menino querido