11 de mai. de 2014

In Memoriam - Nostalgia pura



DÊ PLAY



                                     (Disparada - Jair Rodrigues / 1966)

Deixo este post aqui por pura nostalgia, que foi o que me trouxe a morte do "sempre moleque" Jair Rodrigues: tinha só 14 aninhos mas acompanhei fervorosamente este e os outros Festivais da Record, vendo ali nascer gênios da MPB que até hoje me acompanham.

Aproveito ainda e posto tb algo que pouca gente sabe, retirado do post da jornalista Alessandra Alves sobre o que de fato aconteceu naquele..."empate" entre Disparada e A Banda.

Confesso que torci para "A Banda": para um pirralho de 14 anos ela era muito mais palatável, digerível e fácil de assimilar. Era quase que uma "brincadeira" do Chico, tal e qual, anos depois, Vinícius faria, junto com Toquinho, a série "Arca de Noé"! Mas, atentando-se melhor à música, melodia, letra, ARRANJO e a genial interpretação do JR dada à música do Vandré, não há como enxergar que "Disparada" é muito mais MÚSICA e não poderia mesmo deixar de sair como vencedora, mesmo que tenha sido através de um acerto de bastidores. Mérito tb do Chico, claro, que com seu discernimento e conhecimento musical, "exigiu" que o primeiro prêmio fosse dividido com Disparada.

O post fica mesmo como uma memória minha ao eterno risonho e fantástico cantor JR, junto com a carga da mais pura nostalgia que tudo isso/todo este tempo vivido me traz.

Tempos idos...mas nunca esquecidos!! Memórias agradáveis para serem guardadas para sempre!

Depois...crescemos; não sei se evoluímos, mas crescemos! Hoje, abro espaço para a nostalgia, recebendo-a, de braços abertos, em meu colo.

Assim deu-se a história do "empate":

Para quem não viveu ou já não lembra, um breve contexto, extraído do livro “A era dos festivais – Uma parábola”, do jornalista e crítico musical Zuza Homem de Mello. O festival realizado pela TV Record, em 1966, entrou para a história ao consagrar duas músicas no primeiro lugar: A Banda, de Chico Buarque, cantada por Nara Leão, e Disparada, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, defendida por Jair Rodrigues.

A disputa entre as duas músicas foi acirrada a ponto de dividir a platéia, a audiência e de virar tema de comentário em todo o canto da cidade de São Paulo. As eliminatórias do festival começaram em setembro de 1966. Disparada classificou-se na primeira eliminatória. A Banda, na segunda. No dia da grande final, realizada no Teatro Record, na rua da Consolação, cinemas e teatros chegaram a cancelar sessões de suas atrações, tamanho o alvoroço causado pelo festival.

O resultado anunciado pelo apresentador Randal Juliano sacramentou o empate entre as duas músicas no primeiro lugar. O que a maioria das pessoas nunca soube, até 2003, é que o empate não aconteceu de fato. Os jurados reunidos deram vitória para A Banda, mas uma seqüência de decisões mudou o rumo da história.

Primeiro, Chico Buarque deixou claro, nos bastidores, que não aceitaria o prêmio, porque considerava Disparada melhor que sua música. Ao saber disso, um dos diretores e herdeiros da Record, Paulinho Machado de Carvalho, foi até a sala dos jurados e falou sobre a decisão de Chico. Influenciou o grupo a optar pelo empate, ponderando que seria a única forma de não deixar metade da platéia, e da audiência, frustrada. Comunicou o acerto a Chico, que aceitou dividir o prêmio, mas os outros compositores e demais participantes foram informados de que teria havido empate entre os jurados – seis votos para cada música.

A verdadeira história só veio a público quando Zuza lançou seu livro. Além de revelar a real escolha dos jurados, Zuza conta os bastidores da votação, mostrando como a divisão de torcida pelas duas músicas chegou inclusive a contagiar o júri. Houve quem tivesse votado na música de Chico, mas que depois dizia preferir Disparada.



* Artigo original

http://alessandraalves.blogspot.com.br/2006/03/banda-x-disparada-o-desemp_114355503755801521.html


2 comentários:

Unknown disse...

interessante a realidade dos fatos , e que na minha opinião foi equivocada já que sempre achei Disparada melhor , sem falar do incrível Jair Rodrigues.

Unknown disse...

É que vc, por ser beeeemmmm mais velho que eu, já tinha uma certa conscientização política das coisas, enquanto eu ainda era uma pueril criancinha(rs)! Além disso, desde daquela época vc já era comunista, "comedor de criancinhas" o que, por sinal, segue sendo até hoje (rsrs). Gde abraço! Precisamos nos encontrar!