1 de fev. de 2016

Presente de grego



( να παρουσιάζονται de Grego )

Neste final de semana dei um pulinho até a Grécia! Como é um tesão viajar, né não? Viajar ou "viajar", é sempre um grande tesão. Se for uma viagem sem aspas, ela quase sempre acaba sendo mostrada lá pelo Facebook, local onde as pessoas mais "viajam" Viajou, posta no face.

Ando filosofando. Filosofando ando. Filosofando... ando. Filosofando, ando, corro, levanto vôo, vou aos céus e aos infernos, sem passaporte, sem fronteiras e sem dificuldades linguísticas. É uma viagem transcendental. É a trans-transcendental. E, o que é melhor, sem radares. No máximo, um pedágio aqui e outro ali mas, há sempre um preço a pagar por tudo, não acha?

No meu caso, simplesmente "viajei": entrei no túnel do tempo e fui à Grécia de 400 A.C.

Mais precisamente em Atenas.Tive como guia turístico, o genial Clóvis de Barros Filho. Fui aprender como nasceu a mitologia grega e, depois, como os doidinhos de lá resolveram começar todos a "viajar", botando os neurônios p/ funcionar.

Então, dá-lhe aprender sobre Caos, Gaia, Tártaro (preciso voltar no dentista esta semana - rs), Urano, Cronos e por aí afora! Como saber um pouco sobre tudo isso é um tesão; é um enorme prazer aprender. Diria até, que é algo absolutamente "viajante" (rs). É divino conhecer a história do nascimento dos Deuses! É um presente de grego, sem nada a ver com o Cavalo de Tróia.

Depois, claro, um papinho com Sócrates, Platão, Aristóteles e outros doidinhos, e Espinosa, e Agostinho, e Antão e Descartes, e Nietzsche e outros doidos, e Schopenhauer, e  Sartre e Freud e Lacan e outras pirantes cabeças, em uma "viagem" sem fim.

No decorrer desta jornada, você vai vendo que tudo vai se encaixando, que tudo vai ficando mais e mais claro, mesmo que o resultado final de toda esta jornada seja uma interrogação enorme e/ou a mera constatação de que somos energias mortais/temporárias em movimento, e nada muito além disso mas, quanto tesão esta "viagem" nos traz! Quanto aprendizado!

Porém, e sempre existirá um, há um pré-requisito exigido para este tipo de "viagem": disposição! A disposição vai além do querer. A disposição é um desejo, um anseio, uma vontade e um esforço para se conquistar algo. A disposição em fazer uma "viagem" desta é obrigatória. Sem ela, você "não passará da esquina."

Por isso, querendo ter companhia durante esta "viagem", você precisa encontrar alguém que também esteja disposto/a. A disposição precisa existir em ambos. Caso contrário, será mesmo uma viagem solitária. Não havendo um/a companheiro/a com a mesma disposição que a sua,  no máximo,  será uma viagenzinha com dez posições do Kama Sutra, que acabará antes mesmo das 1001 noites terem se esgotado!

DISPOSIÇÃO, esta é a palavra da vez: mesmo sabendo que ela não garante que você conquiste aquilo que deseja, a falta dela garante, com certeza, que você não conquistará aquilo que quer. Simples assim. Como uma boa filosofada (rs). Conquistas não caem do céu!

Lembrei-me agora de dois episódios que vivi em minha época de formação médica, lá pelo final dos anos 70:

1) Como a Unicamp ainda não tinha seu próprio Hospital Universitário, atendíamos as emergências médicas (PS) em um "anexo" de um outro hospital maior. Mesmo assim, lembro-me de uma aula onde nos foi mostrado que nós, estudantes ou médicos em formação, diagnosticávamos quase dez vezes mais casos de diabetis descompensado (percentualmente) do que o hospital não-universitário. A única razão para isso é que nós PROCURÁVAMOS mais e, como já diz o velho ditado, "quem procura, acha!"

2) Um professor sempre nos dizia que, ao final de uma explanação qualquer, se você não faz nenhuma pergunta, é porque não tem dúvida sobre o que foi dito. Se você não tem dúvidas, é porque não aprendeu nada! Sem dúvidas = zero de aprendizado! Sem dúvida, diria eu (rs).

 Simples assim, parte II.

Também, como dizem os estudiosos da filosofia, o sábio é aquele que encontrou, enquanto que o filósofo é aquele que busca. Como estou longe de ser sábio, cuido, com o maior carinho, do meu lado buscador. Coloco-me assim, no papel de um "filósofo", mesmo que com aspas, um simplório "filósofo!" Até porque, convenhamos, o tesão da busca nem é encontrar aquilo que você tanto quer pois, ao encontrá-lo, você imediatamente partirá para a próxima. O tesão da busca é A busca! A busca é O tesão! Com disposição!

Havendo disposição, você pode até encontrar o tesão. Sem disposição, sem tesão e, como já dizia meu guru, Nelson Rodrigues, "sem tesão não dá nem pra chupar um picolé"; ou tomar uma limonada, que seja.

Fecho, relembrando Carlos Castañeda:

"Lo camino no hay. Lo caminho hace el caminante, caminando!"

Quer companhia para a sua "caminhada?" Procure outro/a caminhante, com o mesmo grau de disposição que você. Afinal, como acabei descobrindo (e antes tarde do que never)... OS DISPOSTOS SE ATRAEM!!!'

Quer caminhar sozinho/a? Sem problemas. Siga sua caminhada-solo, mas com disposição. Caso contrário, você só estará queimando calorias. E, quem sabe, menosprezando, desprezando, ignorando ou maltratando alguns tantos neurônios da sua cabeça! Porta aberta para o Halzheimer e sua turma.

Se for assim, prefiro a companhia dos gregos! Dos loucos!!

Simples assim, parte final!!

Tudo desmoronou??

Então vamos dançar um pouco agora??


DÊ PLAY


(outro presente dos gregos para nós)

(* O Bukowski até lembra o Zorba/Antonhy Quinn, né não?)

Um comentário:

Unknown disse...

Ler você leva esta leitora a uma viagem de "2001 noites", e haja disposiçao!
Sim, louvemos a companhia dos gregos! Dos loucos!! Dos bêbados!!
E sigamos nessa viagem cheios de disposiçao e tesao!