Lembro-me que, quando “aborrecente”,
costumava zoar com esta expressão: “tranque o velho e mate”. Ela era
usada como mero chiste. Uma bobinha, tola e pueril brincadeira, para dizer
outra coisa que não era para trancar nenhum ancião incauto (dentro do armário?)
e depois matá-lo. Era só uma brincadeirinha de criança ou aborrecente. Brincando, como sempre gostei, com as palavras e suas múltiplas "traduções".
Na época eu também não era
velho, evidente. Também não tinha o hábito de sair por aí filosofando a
qualquer “bom dia” que se desse, acho que fazendo mais parte do ensinamento do
Freud quando disse que “às vezes um
charuto era apenas um charuto”. Não buscava, digamos, pelo em ovo.
Depois cresci. Virei bobo. Ou
como também dizia naquela ocasião, ou já preconizava, sei lá, “o homem nasce,
cresce, fica bobo e casa!”. Cresci, fiquei bobo...e casei! Era tudo correndo
com uma certa força da tal da roda-viva, cantada pelo compositor cubano Chicón
Buarquez. Fui no embalo.
Hoje, sou avô. Por enquanto, só
do Matheus, mas já fui avisado pela Paula e pela Didi (nora fantástica), que é
bom eu ir me preparando por mais coisa que vem por aí. Parece que querem que eu
seja tetra avô. A irmã do Matheus e duas outras donzelas via Gu & Didi.
Virarei tetra. Pensando em chamar o Galvão Bueno p/ gritar: É TETRA, É
TETRA!!!!!!
Como depois descasei, fiquei
meio sem saber para onde ir, já que a máxima que eu seguia terminava no “...fica
bobo e casa”!
Mas todo estes prolegômenos”,
como diria o Enéas, é só prá dizer algo bem sucinto: hoje, após uma longa e
árdua batalha, fiz as pazes com o meu passado. Graças a ele, ou com ele, aos
trancos e barrancos, entre tapas e beijos, altos e baixos, acertos e erros,
sorrisos ou lágrimas, cheguei até aqui!
Se fosse atacado por alguma
pieguice musical, diria, como Bebeto Carlos que, “se chorei ou se sorri, o
importante é que emoções eu vivi!”
Hoje já não quero mais, nem
trancar o velho, e muito menos matá-lo. Até porque sou parte interessada, já
que pertenço hoje à terceira idade. Trancá-lo, seria tirar dele o direito ao
prazer de/em degustar as coisas boas que minhas batalhas acabaram, hoje, me
proporcionando. Matá-lo, seria uma espécie de suicídio. “Se chorei ou se
sorri...chorei e sorri.” Hoje, novos tempos. Mais sorriso, menos choro. Mais
charuto e menos pelo em ovo!
Por tudo isso, ao meu passado,
hoje não dedico mais nada próximo de “tranque o velho e mate”. Digo,
simplesmente, por tudo que passei, e em paz, reconhecendo todo o vivido como
válido e necessário, meu “thank
you very much!”, metido a brincalhão das palavras que sigo sendo!
Qualquer coisa, hoje, “disco M
para Martar!”
Em PAZ!!
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