(texto
catártico, como todo parto)
Eu era um
adolescente de catorze aninhos. Catorze puros aninhos. Não sabia nada da vida,
além de brincar na rua, roubar a manga do vizinho, rodar pião, empinar pipa e
todas essas essenciais coisas que fazem uma infância feliz. Aí, deparei-me com
o Festival da Record, onde estavam disputando ali o primeiro lugar, "A
Banda" de um tal de Chico e "Disparada", de um tal de Vandré.
Assisti o Festival todo animadão, atento e interessado.
Quando
veio o dia da final, pensei assim:
" -
Ah, pô, "A Banda" é uma música leve, gostosa, lúdica e de fácil
assimilação. A outra, fala de gado, boiadeiro, cavaleiro... É tanta coisa
complicada pros meus pobres e inocentes neuroniozinhos, que acabo cantando a
música, junto com o Jair Rodrigues mas, vou ser sincero, não entendo
muito não o que este carinha, este tal de Vandré, quis dizer não, É tipo
aquelas músicas que a gente canta em inglês, no maior pique, mas sem nem fazer
idéia do que a letra está dizendo, sacou?
" -
Pô, não quero uma vida complicada, que me coloque símbolos e enigmas para serem
decifrados. Quero uma vida simples. Com o essencial. Com a essência do que é o
Paulo. Simples, mas que comporte, agasalhe e guarde, a essência do Paulo.
Mas, aos
14 aninhos, frente a um Festival, tinha que escolher!
Não tive
dúvidas: torci pela "Banda", que eu entendia muito mais e, mais do
que isso, era o meu desejo que a minha vida fosse só, tal e tal a música:
"lúdica, inocente e fácil de entender e assimilar"
"A
Banda"!!!! Já ganhou, já ganhou, já ganhou!!!!!!!
Mas......
"o mundo foi rodando, nas patas do meu cavalo" (rs)
Deu
empate.
Tive uma
reação. Tive uma reação e dei um jeito. Um jeito "paulofernandesco",
claro, já que sempre fui Paulo Fernando! Hoje, 2017, entendo perfeitamente a
minha reação. Ela é explicada em sua totalidade, em qualquer bom divã que vc
encontre no meio do caminho! Aqui não cabe dizê-la. É muito chão e muito tempo
p/ isso. Importa é tê-la descoberta, hoje!
E
aí.....dá-lhe boiada, boi, boiadeiro, gado, gente, sonhos, ferradas, furos,
marcadas, tangidas e um tanto mais de dores do parto, esperando a hora de vir
ao mundo, de verdade!
E...nos
sonhos que fui sonhando...as visões se clareando, as visões se clareando...até
que um dia, acordei!
UFA!!!
Demorou p/ caralho, se me permitem o desabafo, mas o dia chegou. 2017, meio
século (!!!) depois daquela criança que torcia pela "Banda", eis que
o Paulo é, finalmente, parido!
Neste meu
tempo, não vejo poesia maior que possa mostrar-me mais do que estes versos do
Vandré! Com perdão do Fernandinho Pessoa, guru meu, ou qualquer outro poeta,
mas neste instante eu fico com o Vandré, declamando, mostrando, expondo e
parindo, depois de todas as dores... o PeFeTeLe!!
Como já
disse...eu sou isso!
Agora???
Putz, carinha....agora é fechar a régua como o Jair Sorriso Rodrigues fechava
seu cantorio : Lalaila lalalailá lalalailalaiá.... Lalaila lalalailá
lalalailalaiáááááááá!!!!!!!!!!!!!
UFA!!!
Querendo
me ouvir, DÊ PLAY aqui:
Querendo cantar, junto com o Jair, dê PLAY aqui:
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