5 de fev. de 2017

Um Viajante E Seu Enigma




Um antigo mito grego relata que a esfinge de Tebas - um monstro parte leão alado, parte mulher - estava sempre atenta aos viajantes que passavam naquela cidade. Esta abordava o transeunte com o seguinte enigma: " Qual o animal que de manhã tem quatro patas, ao entardecer tem duas e ao anoitecer tem três patas?" Caso o enigma não fosse respondido corretamente pelo viajante, este era devorado pela esfinge.


Não faz muito tempo, uma pessoa muito querida (mútuo bem-querer), relembrou-me o manjado "decifra-me ou devoro-te", nascido na enigmática figura da esfinge de Tebas.

Tendo um final de semana todo pela frente, resolvi debruçar-me sobre o enigma. Não o de Tebas, já que, para esse, qualquer google da vida poupa seu tempo, dizendo a resposta correta. Quis decifrar um outro enigma que andava me apoquentando!

Aí, veio a Tetê Espíndola e me propôs brincar de forca, como modo para decifrar o enigma.

Então ela começou:

" - Cinco letras, Paulinho!"

_ _ _ _ _ 

"- Mas você não vai colocar nem a primeira e nem a última letra, como de costume?"

" - Chega de moleza, Paulinho. Cinco letras!"

Não tinha como não começar chutando a letra "A", jeito de começar de 99,99% das pessoas.

Ficou assim:

_ A _ _ A

E segui chutando e errando, chutando e errando, mas também com uns acertos ocasionais, aqui e ali.

O jogo foi seguindo e seguindo, até chegarmos na hora H de ser enforcado ou decifrar o enigma.

Era hora da decisão final. Assim estava meu joguinho de forca com a Tetê:

FA_SA

Sobravam-me duas letrinhas p/ tentar decifrar o enigma. Apenas e tão somente duas letrinhas.

E agora, José? E agora, Drummond? E agora, Paulinho, adorador das letrinhas? E agora, criança? E agora, viajante Paulo?

Eu só tinha mais uma chance: errando, seria enforcado. Acertando, não seria devorado pela esfinge!

Fiquei absolutamente em silêncio, ouvindo minha voz interior que repetia, doce, calma e firmemente: "Não erre, Paulinho! Não erre!Paulinho, não erre! Você é ele, Paulinho! Ele é você! Você é ele, o viajante! Não erre! Escolha ele...e não erre!

Consegui a mais direta e plena conexão com meu interior. Enchi o peito e, sem medo, respondi:

"R"

Enigma esclarecido. O enigma foi-se!
Foice, martelo, bigorna e picareta!

Este viajante aqui não foi devorado!

DÊ PLAY






DÊ PLAY II



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