18 de mai. de 2015

EMÍLIA


Fui pedir ajuda ao Wikipedia e encontrei isto aqui:


Emília, na trama criada por Lobato, foi feita pela Tia Nastácia, para a menina Narizinho. Nasceu muda e é curada pelo Dr. Caramujo, que lhe receitou uma "pílula falante." Emília, então, desembesta a falar. "Estou com um horrível gosto de sapo na boca." Narizinho, preocupada, pediu ao "doutor" que a fizesse vomitar aquela pílula e engolisse uma mais fraquinha. Mas, explicou caramujo, aquilo era "fala recolhida", que não podia mais ficar "entalada." Ela é conhecida por volta e meia "abrir sua torneirinha de asneiras", principalmente quando quer explicar algo de difícil explicação ou justificar uma ação ou vontade. Além de falar muito, também troca os nomes de coisas ou pessoas por versões com sonoridade semelhante.

Emília é uma boneca de pano, recheada com macela. Em muitas histórias,  ela troca de vestido, é consertada e recheada novamente. Narizinho também faz e refaz suas sobrancelhas, e seus olhos, que são de retrós, arrebentam se Emília os arregaça demais.

Ela é capaz de andar e se movimentar livremente, porém muitas vezes é tratada por Narizinho como uma boneca comum e é "enfiada no bolso."

Por ser uma boneca, embora evolua e vire gente, Emília pode cometer impunemente pecados infantis como birra, malcriação, egoísmo, teimosia e espertezas. Diz o que pensa e quando leva bronca, finge que não é com ela. Não teme nada, apronta todas e é cheia de vontades.

Em "A Reforma Da Natureza", ela inventa o "livro comestível."

"(...) Em vez de impressos em papel de madeira, que só é comestível para o caruncho, eu farei os livros impressos em um papel fabricado de trigo e muito bem temperado. (...) O leitor vai lendo o livro e comendo as folhas. Lê uma rasga-a e come. Quando chega ao fim da leitura, está almoçado ou jantado.

Livre de obrigações sociais impostas pela educação à criança, é ela quem melhor se define. Quando o Visconde lhe perguntou que criatura ela era, respondeu:

"Sou a Independência ou Morte."

Ela é uma boneca/menina muito inteligente, bonita e divertida. Não é nem um pouco tímida e pode conhecer e ficar amiga de pessoas rapidamente. Todos gostam de conversar e ficar perto dela.

Dentro das histórias do "Sítio", Emília foi biografada pelo Visconde de Sabugosa. Todo cheio de conhecimento enciclopédico, ele aproveita p/ dizer umas verdades sobre a boneca. "Emília é uma tirana sem coração (...) Também é a criatura mais interesseira do mundo (...) Só pensa em si, na vidinha dela, nos brinquedos dela".


Agora, com as minhas palavras.

Perceberam aí em cima que há uma certa mistureba, onde não fica muito claro onde termina a Emília e começa o Paulo ou vice-versa? Pois é isso: a jornada com ela é de mão dupla. Somos ali 2 em 1. Somos "flex."

Não que eu precisasse me socorrer lá pelo Wikipedia, mas queria algo que desse o pontapé inicial do tópico. O mesmo pontapé, na bunda, que ela me deu. Ainda bem!

Vou pegar este Visconde Sabugosa de jeito e enchê-lo de porrada!

Quem é afinal a Emília? É um amor na minha vida! É o amor na minha vida! A confiança dela em mim sempre foi maior do que a minha própria confiança (pelo menos o Paulo velho, enferrujado, carcomido e muito mais). Sei que fiz minha parte, me empenhei e coisa e tal mas, não fosse a persistência e insistência dela (e também minha, claro), acho que não estaria hoje aqui, postando isso, com o espírito que, espero, o post traga! A paciência e COMPETÊNCIA dela, ganha de sobra de Jó. Ele é só um mito, enquanto a Emília é de carne e osso!

Ali dentro rimos, choramos, nos emudecemos, nos entendemos, nos desentendemos, e mais isso e isso e mais aquilo!

E ela ali, inabalável em sua confiança em mim. Naqueles 50 minutos ela deixa de lado, momentaneamente, a sua vida própria e... vai dar uma "caminhada" com o Paulo, por mais sinistros e escuros que alguns caminhos possam ser.

Quando eu tropeçava ela me (re)erguia. Quando tinha sede me dava o que beber. Quando eu queria ser o "Visconde" aí de cima, ela dava de ombros. Tapa com luva de pelica, entende?

Por mais que eu esteja quites com nossas conta$, ela passou-me algo que nem o Visa ou Mastercard poderiam pagar.

O empenho foi NOSSO? Claro que sim mas, sem ela, será que estaria aqui hoje?

Quem sabe em um amanhã que se descortina, eu diga "adeus" à ela. Assim acontecendo, que seja na hora certa, para que eu siga com meus próprios e firmes passos atrás dos meus desejos maiores!

A terapia não termina nunca. Sabemos disso e falamos isso "n" vezes. Mas a terapia é feita em todos os lugares e em todos os momentos. Até em uma clínica com seu divã e com hora marcada. Mas o que todo terapeuta quer, no fundo, é fazer aquele frangalho de gente amar-se e gostar-se, e mandá-lo ir caminhar, sozinho e com passos decididos!

Algo já me dizia que um ano de Emília poderia ser cinco ou seis anos com meu amado Cyro. Acho que pela rápida e incompleta experiência que tive com ela, lá no longínquo ano de 2002! Eu estava certo! Além disso começamos lá pela 9 de julho que, não por acaso, é a data do meu niver! Lá eu comecei a ser parido. Hoje vejo-me nascendo e...pedindo passagem!

Não foi nada fácil, mas foi. Passado! Ontem! Como diz Marie Cardinalli em seu "Palavras Para Dizer", em suas últimas palavras, amanhã é 19 de maio de 2015!

Como está lá no Wikipedia, ela foi minha Independência. Meu 7 de Setembro. Meu D. Pedro I.

Fez eu enxergar-me como timoneiro do meu barquinho, afastando tantos e tantos monstrengos que vinham me acuando e assustando. Ela foi meu El-Rei D. João Segundo !!

À bonequinha de pano, todo meu agradecimento possível. Todo meu AMOR que hoje enxergo, reparo, reconheço e AMO tê-lo.

Vou lá fora vivê-lo! Hoje sim confirmo: HÁ VIDA / À VIDA / A VIDA

Ela é a poesia em minha vida!


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