14 de jan. de 2014

"Ontem" e "Hoje"



A foto aí de cima é lá dos anos 88 ou 89; 35 ou 36 anos de pleno vigor, achando que as buscas eram fáceis e se encontravam em cada esquina. Era entrar no clima do troca de charme, chamego, gracinhas, caras e bocas e poin!!!! O amor aparecia na sua frente como resultado de uma pitada do pó de pirlipimpim. Pode até parecer que eu tinha um "brilho especial no coração", visível. Mas era só um flash, que espouca por uma fração de segundos e desaparece. Mas, bem ou mal, foi com este garotão que toquei minha viagem e minha caminhada. De porrada em porrada, consegui alcançar 2014 apesar de 1 divórcio, alguns processos, de "homicídio" ou por "golpe" na Receita Federal (quem vê pensa que tenho uma longa ficha criminal; só quem sabe, sabe), 1 capotamento, sozinho, uma internação, uns gorós, umas ressacas, uns finais de noite na "sarjeta", uns auto-flagelos, uns tirinhos ou uns baseados... e 45 anos de nicotina enfronhada em meu corpo, mente e alma!

A outra é agora de janeiro de 2014, “tentando” fazer uma foto com as mesmas características ou pose da de 88.

Ao observei p/ uma e prá outra e não titubiei muito não: fico com a de 2014. Hoje, já com uns 3 dentes já perdidos, um cabelo mais ralo que a sopa de um bandejão popular de R$1,00, que não tem como disfarçar, um joelho estrupiado, estralando a toda hora, aquela barriguinha dos sedentários, a flacidez dos músculos que só jogam sinuca, o garanhão que virou pintinho, uma hérnia de disco que às vezes me trava (sorte não ser ex-prefeito e ter uma hérnia que me deixaria incapaz e inútil para todo e qualquer trabalho, tadinho!), as manchas senis se espalhando pelo corpo, a catarata já operada. Quase igual o carinha aí do outro vídeo que atendeu a Dona Rosângela, simpática senhora do telemarkentig

Como diria meu grande amigo Carlinhos, agora sim cheguei na hora do “sexo, droga e rock & roll” : sexo de vez em quando, droga de salário e rock & roll bem baixinho p/ não acordar os netos.

Mas, olha, carinha, nos idos de 88 – 90 – 95 – 2000 – 2005  etc.... não sabia o que procurar e muito menos onde procurar. Às vezes achava que era aquilo ali, outras vezes achava que era o oposto daquilo ali, outras tantas vezes nem achava. Procurava, procurava e procurava e seguia andando como barata tonta.

Levando histórias incompletas e levando de roldão, mesmo que sem querer, quem comigo estivesse naquele momento.
Entrei em um círculo vicioso entre magoar e sentir-me magoado. Parecia que a máxima da ação-reação estava sempre ali, na espreita, prá que na primeira brecha eu pudesse colocar em campo minha estúpida capacidade de jogar tênis e derrotar meu algoz inimigo, eu estaria pronto. Não dava outra: mais dia menos dia, nossos baús, de ambos, iam se enchendo cada vez mais e mais de mágoas, amargor e amarguras, ressentimentos e afins.

Agradeço ao bonitão de 88 por me ter trazido até aqui. Ele até me fez boa companhia por muitas vezes, muito me ensinou (principalmente a errar - rs), esteve comigo em alguns prazeres, algumas alegrias, uns tantos momentos de choro, tristeza e depressão. Ele testava a toda hora se eu queria mesmo a paz e sossego que tanto pregava ou se era pura balela e eu um grande enganador, com uma lábia de quinta categoria.. A duras penas nos suportamos, como suporte amigo mesmo de um para o outro e outras, simplesmente nos aturamos, já que não tinha como nos dicotomizar e servir mezzo a mezzo como uma bela pizza. Mas o velhinho aqui sabia – lá no fundo sabia – que um dia iria derrotar este fracassado bonitão das candongas (com todo respeito à mulheres que me deram a honra e tanto me ensinaram, por um tempo, conseguindo suportar este “batalhador incompetente e cheio de tipo”.

Um quase metido a discípulo do Fernandinho Pessoa e outros "chorões convictos" da literatura.

Hoje, 2014 (mais precisamente madruga de 13 para 14 de janeiro) e vejo, com alegria. a juventude e a força de acertar neste meu mero retrato tirado despreocupadamente, só p/ saber como eu sairia em um retrato de hoje; gostei do que vi.


Seguirei sendo este de hoje!

Ousaria até a dizer que nos anos 80 eu me guiada pelo modo de "chegar" e hoje me guio pelo modo de parar. Bandeira branca!

Lembrou-me muito este meu outro post aqui, não tão antigo:

http://simbolofalicoeocacete.blogspot.com.br/2013/11/hoje-sou-eu-que-estou-no-meu-retrato.html

Bóóóóra que amanhã é dia de meio-branco (rs)



Quero mais é aproveitar que "ainda" estou na quarta garrafa e não na quinta. Quando chegar a hora da quinta, já estarei indo mesmo para "o quinto dos infernos". Mas ainda não; ainda é cedo! Estou com "sede". As outras três me distraíram por um tempo, "embalando" momentos diversos. Agora é a hora de matar a sede de verdade. Sede pela vida tranquila! Chega de "buscar e buscar". Servido ou não em um  Santo Graal, ou em um copo de requeijão, só quero mesmo saciar minha sede. Sem mais churumelas!


Nenhum comentário: