6 de abr. de 2017

PÓS-PARTO


Ontem, após uma sessão adicional de terapia, pedida por mim e pela primeira vez para partilhar a gostosa sensação de vitórias e objetivos alcançados, outras grandes sacadas ali foram paridas.

Sempre me vi (na verdade, reclamei) como um exemplo de livro da porra do Édipo. Daquele viado que o barbudo do charuto resolveu trazer para o conhecimento do mundo. Sempre me vi e sempre me revoltei por assim ver-me, claro.

Mas hoje, aqui, é hora de comemorar as vitórias e objetivos alcançados, como já disse.

"Enquanto" Édipo, saca só minhas opções: lutar como um bravo guerreiro em defesa da mamãezinha e/ou combater meu papaizinho. Ou, tomar o lugar do meu papaizinho, o que vem a ser a mesma coisa que lutar contra ele. Portanto, duas opções onde algo falta. Onde só falta o essencial: levando como tarefa de vida, tarefa de jornada, ser defensor de um ou substituir outro, fica faltando...EU. Fico sem espaço. Minha vida será toda ela focada em outra pessoa; ele ou ela, mas não EU.

Defendendo, ou até substituindo "ela", me colocarei como representante fiel do time dos desesperançosos, pessimistas e dos que são tragados e engolidos pelos seus sentimentos, intensos, mas fora de controle, em desequilíbrio com a razão.

Substituindo-o, estarei no time dos que, por circunstãncias da vida, incluindo aí a II Guerra Mundial, viu-se obrigado a tornar-se um ser racional, deixando as emoções guardadinhas dentro do cofre.

Que duas opções furadas me aguardavam: ser alguém com as emoções a mil, descontroladas e prontas p/ me engolir, ou um General Patton que a todos vence, com sua frieza e suas bélicas estratégias!

Mas o Paulinho, queria uma mescla disso. Queria pegar o melhor da "sensitiva" e o melhor do "Patton"! Só isso! Queria acertar na dose, com a pitada certa de um e de outro. Queria ser levado e não "levado"!

Tanto queria que fundiu "A Banda" com "Disparada" (já - ou ainda - em 1966), cantarolando a música de um com a letra da outra, ou vice-versa ou versa-vice! Quem me conhece sabe disso! Eu mesmo sei disso (acontecido, repito, em 1966 - aos meus 14 anos), desde...poucos meses atrás.

Foram só 50 aninhos p/ sacar isso. Só meio século.

Ainda a tempo!

Ainda há tempo!

Ainda há vida, para o Paulinho!

 À  vida então!


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