Hoje o pão
está murcho e com cara feia? Cara de pão amanhecido?
Pois é, mané! Esperava o Nirvana? Ele teve vida curta. Morreu
com o Kurt! Vc curte o Nirvana? Nostálgico e trágico você, hein!?
Ah, não é da banda de rock que vc está falando? Quer
filosofar? Já não te avisei que "a
filosofia é algo que, com a qual ou sem a qual, a vida segue tal e qual?"
E mesmo assim vc quer filosofar?
Então tá:
Nirvana, na filosofia budista - A extinção da insatisfação
Então tá parte 2! Você, Paulinho Fernandinho, quer encontrar
o Nirvana?
Bom, como hoje eu não estou com muito saco p/ ficar aturando
bebê chorão, vou te propor o seguinte:
Chore aí (no caso, aqui) as suas dores pelo texto do seu xará
Fernandinho Desassossegado Pessoa e depois, "perca" 13 minutinhos
ouvindo, de novo, seu chegado Clóvis. Quem sabe ele te ajude, mais do que eu
mesmo ou do que este vinho que você abriu, te relembrando por quais valores você
luta, vive e defende! Quais são os valores que você ama? São os seus valores
que você ama, PF. Não exagere na sua cota de mimimi!
Combinado?
Depois, se quiser, tome seu midazolan e fique quieto,
carinha! Acredite, eu gosto muito de você mas não abusa, tá?
Nem todo dia é dia de pão quente? Então tá! Volto outra
hora, quando nova fornada estiver saindo!
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A alma humana é vítima tão inevitável
da dor que sofre a dor da surpresa dolorosa, mesmo com o que devia esperar. Tal
homem, que toda a vida falou da inconstância e da volubilidade feminina como de
coisas naturais e típicas, terá toda a angústia da surpresa triste quando se
encontre traído em amor - tal qual, não outro, como se tivesse sempre tido por
dogma ou esperança a fidelidade e a firmeza da mulher.
Tal outro, que tem tudo por oco e
vazio, sentirá como um raio súbito a descoberta de que têm por nada o que
escreve, ou que é estéril o seu esforço por ensinar ou que é falsa a
comunicabilidade da sua emoção.
Não há que crer que os homens, a
quem estes desastres acontecem, e outros desastres como estes, houvessem sido
pouco sinceros nas coisas que disseram, ou que escreveram, e em cuja substância
esses desastres eram previsíveis ou certos. Nada tem a sinceridade da afirmação
inteligente com a naturalidade da afirmação espontânea. E isto parece poder ser
assim, a alma parece poder assim ter surpresas, só para que a dor lhe não
falte, o opróbrio não deixe de lhe caber, a mágoa não lhe escasseie como
quinhão / igualitário / na vida. Todos somos iguais na capacidade para o erro e
para o sofrimento. Só não passa quem não sente; e os mais altos, os mais
nobres, os mais previdentes, são os que vêm a passar e a sofrer do que previam
e do que desdenhavam. É a isto que se chama a Vida.
(Fernando Pessoa - Livro do Desassossego)
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