16 de nov. de 2013

Minha língua é minha pátria. Fala Portela. Fala!




Certa ocasião, no Programa do Jô, o escritor Mário Prata contou uma história muito interessante, que pego aqui como mote para mais um devaneio. Dizia ele que, não muito tempo atrás, um texto dele havia caído no vestibular da Cesgranrio (se não estou enganado) e que, em cima do texto, os coitados dos vestibulandos deveriam responder umas 10 perguntas do tipo

No parágrafo x, o autor quis dizer que...... E lá vinham as alternativas

Com a expressão Y, quis o autor dizer que......

Ao dizer “ffdffdfdfgfgdf”, o autor queria falar....

Pois bem; ele Mário Prata, autor do texto, dignou-se a responder as 10 questões e, para seu grande espanto, descobriu que havia acertado somente 4 das 10 questões. Ou seja, levaria bomba no vestibular se o mesmo dependesse só das questões sobre o seu próprio texto.

É fantástico isso, não acham? Como explicar o fracasso do Mário Prata? Aqui entra meu devaneio. Siga-o, quem quiser!

É comum, quando nos deparamos com algum estrangeiro, um perguntar para o outro se ele fala a nossa(minha) língua. Claro que ninguém fala a MINHA língua. Ninguém. Nem meu vizinho, filho, namorada, amiga ou amigo, chefe, subordinado, gerente do banco ou quem quer que seja. Somente eu falo a minha língua. Ninguém mais. Assim como todos os citados aqui, falam cada um a sua própria língua. No máximo, falamos todos (os citados) o mesmo idioma. A mesma língua, jamais. Sem chance.

A pessoinha que fez o gabarito sobre o texto do Mário Prata, leu no texto uma coisa, quando na verdade o autor queria dizer outra. A pessoinha teve a petulância de achar, sem qquer dúvida, que havia entendido TUDO que o MP quis dizer e passar em seu texto. E, ainda pior, fez daquilo que subtraiu do texto, sua verdade incontestável. Ai daquele que ler o MP com outros olhos. Pau nele! Não passará no vestibular e ponto final! Quem mandou vc ser “burro”?

Por isso contrario o mano Cae: por isso digo que minha língua é minha pátria e não o inverso! Por isso homenageio a Portela!

Da mesma forma que digo em meu primeiro texto aqui postado, que só Maquiavel foi maquiavélico, somente eu, e mais ninguém, fala a minha língua. Nem poderia ser diferente! Se eu e vc, caro leitor que até aqui chegou, falamos o mesmo idioma, ok! Há uma chance de que eu consiga passar alguma coisa daquilo que quero passar. No máximo. Nunca, em momento algum, conseguirei passar tudo que desejo ou quero passar ou falar. Impossível. Básico.

Quantos que por aqui passaram perceberam que meu blog chama-se ENTRE NÓS?? Quantos? Com certeza, não todos! Pq postei o entre nós como postei? Pq assim quis, oras. Pq adoro brincar, jogar com as palavras e as letrinhas. Pq amo de paixão o subtendido, o não dito, as entrelinhas, os “rodapés de livro” as aspas, ou as “aspas”, as exclamações, interrogações etc e tal. Adoro a minha língua. Ela é a minha pátria. É nela que vivo. É ela que habito.

Viajei demais? Vc acha? Que bom: adoro viajar. Pelo menos nas letrinhas!

Sexo dos anjos? Conversa mole prá boi dormir? Perda de tempo? (ou perca, como dizem alguns?). Masturbação mental? Falta de ter o que fazer? Maluquice? Loucura?

Estas podem ser algumas das alternativas do SEU gabarito mas, na minha pátria mando eu, e sou eu que digo qual é o MEU gabarito. O seu, serve prá vc. Óbvio ululante, como diria meu ídolo NR!

O que eu quis dizer com tudo isso? O QUE EU QUIS DIZER COM TUDO ISSO!!


Volto outra hora!


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