26 de jul. de 2015

Afinal, o que querem as mulheres?



* Texto extraído deste site aqui. A César o que é de César!





FREUD fez uma famosa indagação, que até hoje está lhe custando caro.

Disse que depois de ter estudado tudo que podia sobre a mente humana, havia uma pergunta que não conseguia responder: - "AFINAL O QUE QUEREM AS MULHERES"? 
 
Não só as feministas, mas até os homens sensatos acharam que o companheiro estava exagerando. E recentemente duas variantes de resposta a Freud surgiram. Uma foi o livro da americana Erica Jong “O que querem as mulheres” (editora record) e agora mais recentemente esse filme com o Mel Gibson 
“O que as mulheres pensam”. 

Mas existe uma outra resposta que me parece a melhor para a questão plantada por Freud. Trata-se de uma lenda que, a rigor, antecede ao lendário Freud, e fico pensando que se Freud a conhecesse talvez se poupasse de se expor daquela maneira.


Diz a estória, que o Artur - aquele da Távola Redonda - quando era jovem, certo dia cometeu uma infração: foi caçar na floresta de outro rei e acabou sendo preso e levado à presença do outro monarca para ser punido. Deveria ser condenado à morte. No entanto, o rei que o deteve resolveu dar-lhe uma chance. Pouparia sua vida se conseguisse, dentro de um ano responder a pergunta pré pós freudiana: 
- “O QUE QUEREM AS MULHERES”. 
 
Agradecido pela deferência, Artur saiu a cata da resposta. Perguntava daqui, perguntava dali, mas nem os religiosos, nem os médicos, nem os inveterados conquistadores de corações femininos conseguiam lhe responder com clareza. Estava já o prazo se exaurindo, quando lhe informaram que havia uma bruxa que sabia a resposta. Foi procurá-la. Era uma bruxa como têm que ser as bruxas nas lendas: velha, falando impropérios. Artur, no entanto, fez-lhe a pergunta. Ela lhe disse que lhe daria a resposta caso ela pudesse se casar com o cavaleiro Gawain, que era o mais belo e valoroso dos companheiros de Artur. Este, perplexo, foi ao amigo e lhe expôs a patética situação. Amigo que é amigo, sobretudo nas lendas, não vacila. Faria tudo para salvar o companheiro de peripécias, até mesmo casar com uma bruxa. 
Acertada a condição, então, a bruxa respondeu à pergunta fatal, dizendo:
 - "SABE O QUE QUER REALMENTE A MULHER? ELA QUER SER SENHORA DA SUA PRÓPRIA VIDA".

Artur e os demais, inclusive o rei que o havia condenado, ficaram todos atônitos, se dizendo, como é que nós não pensamos nisto antes, a resposta é simples e genial. Artur foi então perdoado. 

(...) mas a estória continua, o casamento tinha que se realizar, pois Gawain não era de deixar nem mesmo uma bruxa na mão. No dia das bodas, foi um vexame. A bruxa emporcalhava a mesa, ria com seus dentes faltosos, enfim, um espavento. Mas a festa foi continuando, foi-se aproximando a hora da chamada união carnal no branco leito nupcial. Mas aí, aconteceu algo surpreendente. Estava Gawain já preparado para o cadafalso erótico, quando surgiu-lhe uma deslumbrante e virginal donzela à sua frente. E antes que sua perpelexidade continuasse a donzela disse que ela era a bruxa, ou melhor, uma das faces da bruxa. Estava mostrando a sua outra face, porque ele a tinha aceito como era; que de dia era a bruxa façonhenta, de noite aquela ninfa loira.


 Mas antes que consumassem a chamada união carnal, Gawain poderia decidir com qual das duas queria viver o resto da vida. 
Ou a feia que comprometeria sua imagem pública ou a perfeita, que ele, só ele, conhecia à noite. Gawain então disse que deixava à escolha dela, o que ela queria realmente ser e parecer. 

A noiva neste momento metamorfoseou-se para sempre na bela mulher do cavaleiro que o acompanharia noite e dia, pois ele havia respeitado nela o que ela realmente era. Esta estória me foi dada como estando no livro “Feminilidade perdida e reconquistada”,  (Robert A. Johnson), livro que não encontrei. Perguntei a Antônio Furtado, que é o maior especialista brasileiro em Rei Artur, e ele disse que conhecia essa lenda. Não tem importância. É a melhor resposta que encontrei à inquietação de Freud.

 Mas agora gostaria de cutucar a onça com vara curta e indagar pelo outro lado da questão:
 - Afinal, O QUE QUEREM OS HOMENS?

(Afonso Romano de Sant'Anna)


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O chato aqui vai opinar, claro:

Deixa ver se entendi direito. Então, para que a mulher torne-se senhora da sua própria vida, ela precisa de um Gawain? Ela precisa achar, trombar, encontrar ou buscar um Gawain para a sua (dela) vida?

A conquista de tornar-se senhora da sua própria vida, é então algo..."DEPENDENTE de encontrar ou não um Gawain?

Sem um Gawain, nada feito? É isso? Ela seguirá meio Bruxa e meio Princesa?

"- Não, Paulo. Veja bem. É que......."

Ah, tá!! Então tá!

Este SIG era mesmo muito fraquinho.....

Lembrei-me do meu outro guru, Nelson Rodrigues:

"Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível"

(Estariam aqui a Bruxa e a Princesa? Qual delas morde?)

"As feministas querem reduzir a mulher a um macho mal-acabado"



(Bem, feminista não é, exatamente, sinônimo de mulher, né não?)

3 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

As mulheres durante séculos, foram adestradas e acuadas como bichinhos privados de direitos, e comandadas pelos homens em todos os sentidos. Sua educação era direcionada para a constituição de uma familia na qual ela obedeceria fielmente às ordens do marido.
A insegurança, o medo, a necessidade de proteção faziam parte de forma natural de suas vidas. Como desejar liberdade para comandar suas proprias vidas? Com o passar do tempo, e o progresso da humanidade em todos os sentidos, o desejo feminino de abandonar a" zona de conforto"pouco a pouco surgiu, encontrando seu espaço para se manifestar. Na contemporaneidade podemos afirmar com toda a certeza que: "a mulher quer ser senhora de sua própria vida!" E O HOMEM O QUE QUER???