26 de jul. de 2015

Flávio Gikovate


Se você faz parte do time dos generosos, que dão mais do que recebem, e se sente superior por isso, é hora de parar para refletir e reavaliar seriamente sua postura. Segundo o médico psicoterapeuta Flávio Gikovate, a generosidade tem efeitos negativos, pois, alimenta o egoísmo do outro e desestabiliza a relação. E mais: por trás desse impulso, habita um forte sentimento de culpa. Com mais de 20 livros publicados, muitos deles dedicados aos relacionamentos de casais, Gikovate lança uma obra com a síntese de tudo que ele foi capaz de compreender a respeito da questão moral observada pela óptica da profissão. Em seu novo livro, O mal, o bem e mais além (MG Editores), ele caminha por um novo ponto de vista. Ele mostra que as posturas — do generoso e do egoísta — derivam da imaturidade emocional e defende a categoria dos “justos” como ponto de equilíbrio e evolução.

A máxima de que os opostos se atraem é mais do que verdadeira. Cerca de 95% dos casais, segundo Gikovate, são constituídos de opostos, um egoísta e um generoso, que, aparentemente, se combinam muito bem. Mas é aí que mora o perigo: “Uma relação lastreada no antagonismo não pode ser considerada de boa qualidade. Essa dualidade, aceita e legitimada pela sociedade, acaba deteriorando o convívio íntimo e gera conseqüências em outras esferas, refletindo-se, por exemplo, no comportamento dos filhos e até em atitudes de âmbito social e político”.

Com base em seus 40 anos de experiência clínica e no estudo das relações conjugais, Gikovate já escreveu vários livros abordando os conflitos que interferem no amor e na felicidade. Este novo título é fruto de uma longa reflexão: o egoísmo e a generosidade que se contrapõem na maioria das ligações amorosas.

“Cada vez foi ficando mais claro para mim que a humanidade se divide nesses dois grupos em todos os aspectos: o egoísta, que recebe mais do que dá, e o generoso, que dá mais do que recebe. E que a generosidade não é virtude, mas um falha tão grande quanto o egoísmo”, constata. “O egoísta não tolera frustrações e contrariedades, é mais estourado e agressivo e procura sempre arrumar um jeito de levar vantagem, porque a vida dura não é parte de seu psiquismo. O generoso, por sua vez, não consegue dizer ‘não’ quando solicitado porque não saber lidar com a culpa, sentindo-se envaidecido e superior por conseguir dar mais do que recebe.”

O mais grave nessa “trama diabólica”, como Gikovate a denomina, é que um reforça o jeito de ser do outro. “Não posso mudar senão deixarei de ser admirado e amado. Essa é a idéia”, define. “O generoso cede cada vez mais, achando que assim vai satisfazer o outro, e o egoísta cada vez exige mais, nunca se dando por satisfeito. Os dois ficam cada vez mais antagônicos, estagnados, frustrados. Essas diferenças vão se radicalizando com o passar dos anos, gerando o afastamento ou a ruptura do casal.”

As conseqüências, segundo ele, vão além: “Os filhos se vêem diante de dois modelos — um exigente, estourado, reivindicador, outro bonzinho, tolerante, panos quentes. E dois modelos validados um pelo outro. A criança, certamente, vai copiar um dos dois. O segundo filho, devido à rivalidade entre irmãos, provavelmente seguirá direção oposta.

No livro, Gikovate afirma que o equilíbrio entre o dar e o receber beneficia a todos. Inclusive a sociedade. Superar a intolerância e a incapacidade de lidar com culpa leva à maturidade emocional, a respeitar mais as diferenças e os direitos do outro, sem nenhuma idéia heróica de sacrifício pessoal em favor de nada nem de ninguém. “Parar no ponto justo é a única forma de buscar uma vida afetiva, pessoal, familiar e social mais equilibrada”, ressalta. Por isso, ele diz, o livro se destina a pessoas não preconceituosas, dispostas a refletir fora do tradicional. “O intuito é abrir caminho para a evolução pessoal. E isso é possível em qualquer idade, a qualquer tempo.”

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