25 de mai. de 2015

Um recadinho para o MK


(* MK – Milan Kundera)


MK: Em meados dos anos 80, deparei-me com um livro seu, que me atraiu já pelo nome – A Insustentável Leveza Do Ser – e, encafifei. Como pode algo ser ao mesmo tempo leve e insustentável? Como assim?

Fui lê-lo, claro. Depois tb assisti ao filme, com mais uma magnífica interpretação do Daniel Day-Lewis.

Adorei! Tanto o livro qto o filme. Muito legal. Captei, Mestre, sua mensagem!

Lembro-me ainda, claro, que o personagem principal era médico e cardiologista. Você falava com o Paulo? Para o Paulo? Cada leitor que decida se aquilo te cabe ou não, não é?

Vida correndo, vira e mexe voltava à minha mente: a insustentável leveza do ser! Encafifava, encafifava e não chegava na “explicação” lógica do título. Um dia, por volta de 2013, tive a idéia de que...”Ah, agora manjei: a leveza do ser é possível sim, apesar do que dizem todos os pessimistas de plantão, e que não são poucos. Ela existe, mas é insustentável. Ela é frágil e passageira. Às vezes ela até dá a cara, vem à tona na sua vida, mas, rapidinho, se dissipa!”

Entendi agora, MK! Acho que entendi!

Fiquei tristinho. Bicudo! Em 2013, tive um “surto” de leveza e, tal e qual o título do seu livro, ela esvaneceu-se em um tempo meio vapt-vupt. Ainda bem que não esvaneceu-se como ao final do seu livro/filme. Esvaneceu-se, mas segui respirando!

Aqui cabe um pequeno parêntese:

( )

Bem, depois da graça sem graça do parêntese, voltemos a ele (rs).

Dois fatos ocorridos ontem :

  1. Um grande amigo de uma amiga minha, faleceu ontem. Vítima de 3 tiros que levou no exercício da função. Ele era policial e tinha 50 e poucos anos. Não teve como salvá-lo. Lamentável! Minha gde amiga entristeceu-se, claro! Acabava de perder um grande amigo, de anos,  o que é sempre uma enorme e dolorosa perda!

  1. Hoje, ao acordar e conectar-me via cel, recebo uma mensagem em meu whatsapp: “Ainda em 98” A mensagem vinha de uma especial pessoa/amiga, que por um bom tempo caminhou ao meu lado. Segue caminhando hoje, com outra roupagem, quem sabe, mas segue caminhando ao meu lado. Afinal, nos gostamos!

Mas.... e o “Ainda em 98”??  Pq ela me mandou tal mensagem? Pq ela quis me alertar de que ainda estou preso ao passado? Pq ela quis me mostrar que parei no tempo? Que não evoluí? Que não amadureci? Que sigo sendo o mesmo de “ontem”?

Nada disso, senhores. Longe de ser algo por aí.

Simplesmente ontem fui à casa dela para instalar o Windows em um PC novinho dela e, depois de horas ali, na instalação, voltei para casa e deixei o Windows fazendo as atualizações via Windows Update, pois iria demorar muito e eu estava cansado, necessitando repousar! Eram 206 atualizações que o Windows faria; e iria demorar. Saí de lá com +/- 20% das atualizações feitas.

No final da noite, tb pelo whatsapp, perguntei p/ ela em qto estava a atualização do Windows. Ela demorou p/ responder, por alguma razão, evidente, e acabei saindo da net e do whatsapp.

Só hoje, ao acordar, recebi o retorno da minha pergunta: “Ainda em 98”!

Sacou?

Final do pequeno parêntese

( )

Então, querido MK, como ficamos? Por que tantas churumelas da minha parte? Onde quero chegar, afinal?

Na minha percepção de hoje, maio de 2015, vejo que você foi mais pessimista do que eu gostaria. Deu o fim que deu ao livro/filme que deu, até porque tudo na vida, em algum momento, chega ao fim. Somos humanos e mortais. Como o policial, grande amigo da minha  amiga, por mais de 10 anos.  Isso é básico.

Mas/porém/no entanto/todavia... hoje não curto mais pessimismo. Ele não cabe mais em minha vida. Você poderia ter deixado o final da sua história p/ que o leitor/espectador decidisse qual próprio final viria em seguida.

O dotô cardiologista finalmente encontrou-se... e aí o destino deu a ele o final que vc quis mostrar. Teria preferido que vc tivesse jogado o final p/ ficar ao nosso critério. O dotô encontrou-se e depois............

A leveza do ser é possível?? Sim, ela é possível?? Sim. Você mostrou isso, com lirismo e sapiência.

Ela é insustentável? Não sei, em pleno  maio de 2015, ainda não sei. Mas quero tirar a prova dos nove , acordando hoje, amanhã, na quarta, em junho, julho....2016, 2017 etc...

Até, quem sabe, meu momento de mortalidade chegar!

Não quero ser o dotô do seu filme. Quero ser este que sou hoje. Leve e sustentado!

* Sustentado...mas sigo pagando minhas próprias contas, ok? Inclusive as financeiras (rs)!!!

Como já disse meu querido amigo Leo Buscaglia, aqui:


Forte abraço, MK!

** Esta foto com que fecho o texto lembrou-me “Forrest Gump”! Indico este filme para você,  MK (rs)



Nenhum comentário: